Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Apaixonados pelo futebol

Eu conheci algumas pessoas que dedicaram boa parte de suas vidas a juntar em suas casas, coisas que os leigos achavam ser lixo, quando na verdade, com o passar dos anos se tornaram verdadeiros tesouros. Eu lembro dos amigos que já se foram, Romeu Machado dos Santos, o popular Machadinho, em Pelotas, e Alexandre Degani, em Rio Grande. Os dois guardaram anos a fio, jornais, revistas, fotografias, fitas de gravações e qualquer coisa que lembrasse uma de suas grandes paixões comuns, o futebol.

Com o Machadinho eu tive um contato maior, pois fomos colegas na Rádio Pelotense, a mais antiga emissora gaúcha e a terceira a ser fundada no Brasil. Talvez porque tudo na Pelotense cheirasse a história – eu lembro bem do velho prédio da rua Félix da Cunha – ele tivesse um carinho especial para com ela, onde foi plantão esportivo por muitos anos.

Parece até que estou a ouvir o Machadinho fazendo a sua chamada característica, para anunciar algum resultado de jogo: “Alô Martines...”. E o velho amigo e narrador de futebol, Luis Carlos Martines, com sua voz inconfundível respondia: “Fala Machado”. São tempos que não voltam mais, mas ficam carinhosamente guardados em minha memória. Eu estive na casa do Machadinho várias vezes. Eram pilhas de jornais e revistas espalhadas por toda a parte. Hoje, todo esse acervo está a disposição do público para pesquisas, pois foi adquirido pela Prefeitura Municipal.

Eu até tenho vontade de dar uma olhada nesse material, pois certamente vou encontrar algumas fitas daquelas de rolo, com jogos que narrei, tanto na Rádio Tupancy, quanto na Pelotense. E velhas crônicas que escrevi nos tempos de editor de esportes do jornal “Diário Popular”.

Já o Degani tive o prazer de conhecer pessoalmente quando fui trabalhar em Rio Grande, em 1975, no jornal “Agora” e na Sucursal da Companhia Jornalística Caldas Júnior, que editava os jornais “Correio do Povo”, “Folha da Manhã” e “Folha da Tarde”. Além de ser proprietária da Rádio Guaíba, a primeira emissora do Rio Grande do Sul a transmitir uma Copa do Mundo (1958, na Suécia). O Degani era o plantão esportivo da Rádio Minuano, que tinha como narrador e chefe da equipe esportiva o saudoso Américo Souto. Também escrevia uma coluna semanal no jornal “Agora”, com dados estatísticos dos três clubes profissionais da cidade.

O valioso acervo deixado pelo Degani, segundo um de seus netos, Alexandre, encontra-se guardado na casa de veraneio da família na praia do Cassino. Eu, que penso em escrever um livro sobre os 100 anos do F.B.C. Rio-Grandense, que ocorre em 11 de julho do ano que vem, bem que gostaria de ter acesso a pasta destinada ao “guri” centenário, em busca de fatos históricos importantes. Mas isso é assunto para depois.

Eu sempre gostei de vasculhar o passado, por isso acabei me tornando um pesquisador. É claro que não cheguei a empilhar em casa coleções de velhos jornais e revistas, até porque a minha esposa Teresinha dava bronca. O que não impediu que eu tenha um armário, parte de um guarda-roupa e algumas sacolas plásticas, estrategicamente guardadas, contendo algum material importante. E os tempos hoje são outros. O computador facilitou tudo com suas “prateleiras” virtuais.

E nessas andanças pelo mundo da pesquisa encontrei várias referências ao jornalista paulista, Delphim Ferreira da Rocha Netto, falecido em 2003, aos 90 anos de idade, que deixou o mais completo arquivo sobre futebol já organizado no país. Foi, sem dúvida, o maior de todos os pesquisadores do futebol. Para que se tenha uma idéia do tamanho das informações que colecionou, basta dizer que tudo começou no distante ano de 1919, quando com apenas 6 anos de idade (nasceu em 09/07/1913), guardou os primeiros documentos e fotografias do futebol brasileiro e internacional.

No arquivo construído em 84 anos têm de tudo, correspondências recebidas de várias partes do Brasil e do exterior, cartões de prata, troféus, medalhas, flâmulas, faixas, louças, camisas, diplomas e outros prêmios ganhos em sua carreira de ex-futebolista, desportista e dirigente cobrindo praticamente todo o século XX. O tamanho do arquivo é descomunal, tanto que por muitos anos ocupou uma área de 1,4 mil metros quadrados, em dois imóveis, no centro de Piracicaba(SP).

O jornal “Gazeta de Piracicaba”, cidade onde o jornalista morou desde 1916 (era natural de Itu-SP), publicou matéria que revela detalhes do acervo: são cerca de 50 mil fotografias, súmulas de jogos oficiais, uniformes, troféus, coleções de periódicos, recortes de jornais, revistas e livros, além de reportagens e publicações nacionais e internacionais. Há relatos sobre a chegada da primeira bola de futebol ao Brasil. Cada clube brasileiro e internacional possui sua própria pasta, o que permite o acesso às informações desejadas em poucos minutos. As fotos individuais de cada atleta estão classificadas por ordem alfabética juntamente com a ficha de seus dados.

A importância desse acervo, considerado uma verdadeira enciclopédia esportiva é inquestionável. Ele já serviu para restabelecer a verdade de fatos mal contados e até para levantar a vida profissional de atletas, que dele dependeram para obter o “Prêmio Belfort Duarte” ou o direito à aposentadoria.

Doado ainda em vida, o acervo do jornalista Delphim da Rocha Netto encontra-se no Centro Cultural do Instituto Educacional Piracicabano/UNIMEP, onde estão abrigados outros acervos. Ele recebeu várias propostas milionárias para venda do arquivo, mas recusou todas, dizendo: “Meu arquivo vale minha vida e não tem preço”.

A jornalista Ângela Rodrigues foi quem fez a última entrevista com Rocha Netto, antes de sua morte. O velho jornalista, apesar da idade avançada mostrava grande lucidez e fez um relato de toda a sua vida. Uma história que misturou paixão e dedicação. Ele mostrou a entrevistadora uma velha foto de 1906, onde seu pai, Francisco Nazaré da Rocha, aparecia numa partida de futebol. O pesquisador explicou que o seu fanatismo pelo esporte foi herança do pai, que ele perdeu quando tinha apenas 4 anos de idade, vítima de complicações decorrentes de um acidente de trabalho.

Depois de uma carreira de cerca de 30 anos no futebol amador, jogando como goleiro, Rocha Netto encerrou sua atuação no esporte em 1944, após machucar-se numa partida contra o Palmeiras da Cidade Alta, time que revelou De Sordi, lateral-direito da Seleção Brasileira na Copa de 1958. Rocha Netto jogava no Paulista Futebol Clube, de Piracicaba. Teve ferimentos na cabeça e na mão esquerda.

A sua outra grande paixão era o XV de Novembro, de Piracicaba, clube fundado em 1913 e do qual foi presidente de honra. Rocha Neto escreveu dois livros contando a história do clube. O dinheiro arrecadado com a venda dos livros foi doado para entidades assistenciais da cidade.

Rocha Netto era técnico em contabilidade e trabalhou como fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda. A carreira jornalística começou em 1930. Naquela época não era exigido registro profissional para o trabalho. Nas horas livres escrevia para os jornais. Seus primeiros passos na imprensa foram como colaborador do “Jornal de Piracicaba”.

Passou por veículos importantes como a extinta “A Gazeta Esportiva”, que parou de circular em 19 de novembro de 2001. Uma despedida melancólica, registrada numa edição de 14 mil exemplares. Quase nada para o jornal que chegou a uma tiragem de 534 mil exemplares no final da Copa de 1970. Rocha Netto chegou a ser chefe de reportagem do jornal quando havia uma sucursal em Piracicaba. Estão guardadas no arquivo todas as publicações de “A Gazeta Esportiva”, do primeiro ao último exemplar.

Quando Rocha Netto morreu, o site de “A Gazeta Esportiva” publicou uma notícia de apenas cinco linhas. Foi como o jornalista Cláudio Glória, escreveu no jornal de esportes “Todo Dia”: “Triste. Pelo menos ele não viveu este desgosto com uma empresa que adorava e da qual fez parte durante algumas décadas, quando ainda existia a saudosa versão impressa do maior jornal de esportes que o Brasil já teve”. (Pesquisa: Nilo Dias)

Alexandre Degani foi a memória do futebol de Rio Grande (Foto: Página do Orkut: "Saudades do Degani")

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Artista da bola e do pincel

No Brasil é costume chamar qualquer bom jogador de futebol, de artista. Confesso que nas minhas andanças pelo mundo da pesquisa, só encontrei um, que realmente fez jus ao epíteto: Francisco Rebollo Gonsales, ou simplesmente Rebolo, artista de verdade, nos campos de futebol e nas telas de pinturas. Tanto, que o grande Jorge Amado foi feliz na frase que resumiu quem era Rebolo: “um homem de duas artes: emocionou pintando e jogando futebol.

Filho de imigrantes espanhóis que vieram para o Brasil no final do século XIX, Rebolo nasceu no dia 22/08/1902, em uma casa da rua Visconde de Parnaíba, em São Paulo. Rebolo foi o quinto filho do casal Francisco Rebollo Merguizo e Rosa Gonsales Rodrigues.

Em 1910 começou a cursar o Primário, no Grupo Escolar da Mooca, na capital paulista. Em 1914 foi trabalhar como entregador, em uma loja de chapéus. Em 1915, aos 13 anos teve o seu primeiro contato com pincéis e tintas, se tornando aprendiz de decorador, trabalhando em restauro de igrejas e executando projetos de decoração em residências onde era comum a pintura rococó, cheia de floreados e exageros. Isso o motivou a estudar na Escola Profissional Masculina do Brás durante dois anos.

Desde tenra idade Rebolo gostava de futebol e deu seus primeiros chutes na várzea paulistana. Bom de bola, apesar de seu 1m60 de altura, era rápido e certeiro, o que chamou a atenção de dirigentes da Associação Atlética São Bento. Em 1917, aos 15 anos já jogava no time de cima. Em 1922, ano do Centenário da Independência, foi para o S.C. Corinthians, onde atuou como ponteiro-direito.

A torcida logo o apelidou de “Formiguinha”, pois fazia um incessante trabalho de ir e vir, que confundia os adversários. Foi importante na conquista do título de Campeão do Centenário. Rebolo era um daqueles “baixinhos” que fazem furor, surgindo sempre de surpresa e desnorteando os zagueiros com a rapidez dos movimentos e com a facilidade em se desvencilhar da marcação.

Rebolo ainda jogou pelo C.A. Juventus e pelo C.A. Ypiranga, ambos da capital paulista. Como o futebol de antigamente não garantia as despesas, paralelamente trabalhou como decorador de residências. Só em 1934, aos 32 anos de idade é que trocou definitivamente a bola pelo pincel.

Ele já havia trocado as chuteiras pelos pincéis quando foi convocado para dar traços definitivos ao emblema do Corinthians. Ao círculo com a bandeira do Estado, adicionou remos e uma âncora, referência aos esportes aquáticos praticados na época no Parque São Jorge. Assim nascia o "Timão", apelido de duplo sentido originado do desenho feito por Rebolo, que lembra um leme de navio.

Em 2002, pela primeira vez, o distintivo alvinegro ganhou status de obra de arte numa retrospectiva montada pelo Museu de Arte Moderna (MAM) e organizada pela filha de Rebolo, a professora Lisbeth Rebolo Gonçalves, em comemoração ao centenário de nascimento do artista. Em meio a 150 pinturas, um pôster criado em 1982 traz as diversas versões da famosa insígnia.

Ao despedir-se dos gramados o artista falou aos jornalistas: "Antes da pintura, o futebol já tinha marcado minha vida. Como no futebol, acho que na arte a gente deve fazer coisas espontâneas, com a marca do amor e entusiasmo, para poder se emocionar e emocionar as pessoas."

A capa do livro de Mário Filho, “O Negro no Futebol Brasileiro”, um dos mais importantes já escritos sobre o futebol no país, é na verdade um auto-retrato de Rebolo, datado de 1936, no qual dois atletas disputam a posse da bola, um branco e outro preto. Na época, Rebolo também era conhecido por defender a presença – raríssima – de jogadores negros nos clubes da cidade. O jogador que está sendo driblado na imagem é ele próprio.

A longa carreira de Rebolo, já exclusivamente como pintor começou em meados da década de 1930, ao alugar duas salas do Edifício Santa Helena (hoje demolido), na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Ali ele montou seu ateliê de pintura de cavalete, e como microempresário também atendia a clientela de pintura ornamental de residências.

O ateliê de Rebolo passou a ser um local de encontro de artistas. Era comum a presença de alguns nomes que acabaram entrando para a história da arte brasileira, como Fulvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Humberto Rosa, Manuel Martins, Clóvis Graciano, Mario Zanini, Alfredo Volpi e Alfredo Rizzotti, entre outros. Graças a essa convivência e proximidade surgiu o que a crítica da época batizou como “Grupo Santa Helena”, o primeiro núcleo de artistas paulistas trabalhando em conjunto e criando uma nova tendência na arte brasileira.

Sobre o grupo, Rebolo costumava dizer: "Somos meia dúzia de amigos, cujo traço comum é não gostar dos acadêmicos e querer a pintura verdadeira, que não seja anedótica ou narrativa. A pintura pela pintura."

O espírito de liderança de Rebolo era evidente, o que o levou a ser um dos fundadores do Sindicato dos Artistas e Amigos da Arte, o “Clubinho”, que se tornou uma verdadeira legenda do mundo cultural e boêmio paulistano. Anos depois, lá estava ele participando do grupo que trabalhou pela criação do Museu da Arte Moderna (MAM-SP) e também da Bienal, onde se destacou como expositor e jurado.

Em 1944, Rebolo arriscou-se a fazer sua primeira exposição individual na Livraria Brasiliense, mas, a despeito do sucesso, nesta e em outras exposições, somente dez anos após, em 1954, é que pode ser efetivamente notado, quando ganhou um prêmio de viagem à Europa, no 3º Salão Nacional de Arte Moderna.

Foi a grande oportunidade, bem aproveitada, para aperfeiçoamento de sua arte, numa turnê, em companhia da família, percorrendo Itália, Espanha, Alemanha, França, Áustria e Holanda, além de participar de um curso de restauração no Museu do Vaticano.

Sem perder a simplicidade, o Rebolo que retornou ao Brasil foi outro, bem mais amadurecido, com uma pintura de técnica bem mais desenvolvida e menos ingênua. Daí em diante, registrou-se uma sucessão de exposições, de entrevistas e de encomendas. Foi a consagração, com a qual jamais sonhara, ainda que tardia, chegou à sua vida. Rebolo amava tudo o que fazia: "O dia em que não pinto, não vivo. É um dia perdido!", costumava dizer.

Ganhando não apenas status, como também uma condição financeira mais sólida, Rebolo conseguiu realizar um dos sonhos de sua vida. Construiu uma confortável casa no bairro do Morumbi, a cinqüenta metros da antiga chácara em que passou sua infância de privações. Foi lá que faleceu, aos 79 anos de idade, no dia 10 de julho de 1980. A antiga vila de chacareiros já se tornara então um dos mais ricos e populosos bairros de São Paulo, o que não lhe tolheu os costumes do menino pobre, que ali nasceu e passou sua infância.

Rebolo é considerado um dos mais importantes paisagistas da pintura brasileira. Sua obra, com um total estimado superior a 3.000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de cinqüenta diferentes gravuras, de variadas técnicas, além das paisagens, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. No mercado, os quadros de Rebolo estão cotados hoje entre R$ 20 mil a R$ 50 mil.

Em 1985, cinco anos após seu falecimento, o Museu Lasar Segall expôs cerca de 80 trabalhos de sua produção e, em 1986, foi lançado um livro que, igualmente, pôs em destaque seu percurso artístico e sua obra (edição MWM/IFK). Sua obra vem participando de mostras coletivas voltadas para a história da arte moderna no Brasil e está presente nos acervos dos principais museus de arte do País e em órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares.

O ex-jogador corinthiano Sócrates também é um craque com o pincel. Embora não tenha formação específica ou estudo das diversas técnicas, ele produz belas telas que decoram o seu apartamento em Ribeirão Preto. Avesso a badalações, mostra apenas para um restrito grupo de amigos que freqüenta a sua casa.

Sócrates tampouco planeja exibir seu acervo em uma exposição pública. Tudo começou anos atrás, quando ele entrou num curso de pintura de paredes. Como teve problemas na coluna, passou para as telas, sem nenhuma preocupação de seguir determinada escola ou tendência nas artes plásticas. O interesse do ex-jogador por arte é antiga. Ele sempre gostou de ir a museus e a exposições.

Carlos Alberto Parreira, ex-técnico do Corinthians e da seleção brasileira, é outro que gosta de pintar. Já fez uma exposição de 12 quadros de sua autoria na galeria Britto Central, em São Paulo. (Pesquisa: Nilo Dias)

Rebolo, quando jogava pelo S.C. Corinthians (Foto: Acervo da família)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A maior eleição de um clube de futebol no Brasil

Eu estou colocando esta matéria no blog, para mostrar aos que dúvidam, toda a pujança do S.C . Internacional. Os que ainada duvidam que o clube gaúcho é a maior potência do futebol brasileiro, que leiam este artigo. Qual o clube que é capaz de realizar uma eleição com tal número de votantes? Nem Flamengo, nem Corinthians e muito menos o badalado São Paulo, que a imprensa paulista teima em dizer que é o mais organizado e preparado de todos.

Votação histórica

Foi um dia inesquecível para a democracia colorada. O quadro social do Internacional escolheu o presidente para o biênio 2009-2010 em uma eleição sem precedentes em um clube de futebol do Brasil. Mais de 7,4 mil associados exerceram o direito de voto em urnas eletrônicas instaladas no Gigantinho e em oito núcleos eleitorais no Interior do Rio Grande do Sul: Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul, Bagé, Pelotas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul e Santo Ângelo.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) forneceu 30 urnas eletrônicas para o ginásio Gigantinho, além de duas urnas tradicionais de lona – nas quais votaram sócios paraninfos e remidos. No Interior, cada núcleo contou com uma urna eletrônica. Funcionários do Clube desempenharam papéis importantes na votação, auxiliando de forma efetiva para o sucesso do processo eleitoral, tanto em Porto Alegre como nos demais núcleos.

A logística cedida pelo TRE foi fundamental para que o resultado da eleição fosse divulgado de forma ágil. Os boletins de urna dos núcleos eleitorais do Interior foram enviados através de aparelhos de fax para a Comissão Eleitoral na Capital. Pouco mais de uma hora após o encerramento do pleito, os números finais foram divulgados pelo presidente do Conselho Deliberativo Cláudio Bonatto, em um palanque montado dentro do Gigantinho.

Números da votação

Eleição para presidente

Chapa 1: 6.793 votos (91.51%)
Chapa 2: 630 votos (8.49%)

Total de votos válidos: 7.423
Votos nulos: 22
Votos brancos: 28
Total de votos: 7.473

Eleição para o Conselho Deliberativo

Chapa 1: 4.348 (58.36%) – 88 cadeiras no Conselho
Chapa 2: 1.960 (26.31%) – 39 cadeiras no Conselho
Chapa 3: 1.142 (15.36%) – 23 cadeiras no Conselho

Total de votos válidos: 7.450
Votos nulos: 28
Votos brancos: 14
Total de votos: 7.492

Votantes em Porto Alegre: 6.569
Votantes no Interior: 904

“Não tenho dúvidas que este foi o maior processo eleitoral em um clube de futebol no país. O Inter se preocupou em chegar até o seu associado. É claro que temos que aprimorar e estender o processo, levando a votação ao Exterior, através da internet, por exemplo. Os candidatos e todos os envolvidos estão de parabéns”, elogiou o presidente do Conselho Deliberativo Cláudio Bonatto.

Movimentação intensa no Complexo

Parecia que era um dia de jogo no Beira-Rio. Desde os primeiros minutos da votação – que foi realizada das 9 às 17h – milhares de sócios e torcedores circularam pelo entorno do Gigante. O dia ensolarado convidava os colorados a participarem do momento democrático da vida do Clube. Longas filas se formavam até a entrada do Gigantinho, no Portão 1, onde um setor de triagem equipado com computadores averigüava se o sócio estava, de fato, habilitado para votar. Na quadra do ginásio, foram montadas as seções eleitorais. Funcionários do Inter auxiliavam os sócios logo na entrada.

Os candidatos à presidência Vitorio Piffero (Chapa 1) e Cláudio Bier (Chapa 2) conversavam com os sócios na fila. Tanto Piffero como Bier votaram no início da manhã. Ambos permaneceram no Complexo Beira-Rio até o final da eleição. Estandes das chapas foram montados no pátio do estádio. Até mesmo o técnico da Seleção Brasileira e ex-jogador do Inter, Dunga, esteve presente no pleito do Inter.

Paralelamente à votação, milhares de colorados aproveitaram a oportunidade concedida pela direção do Clube de visitar o gramado do Beira-Rio. Os torcedores puderam tirar fotos e pisar no campo onde os jogadores do Inter conquistam importantes vitórias. A movimentação pelo gramado foi muita intensa enquanto o portão de acesso esteve liberado, até por volta das 16h.

Enquanto isso, milhares de torcedores também transitavam no pátio do estádio, como se fora um dia de jogo tirando muitas fotos. Um churrasco campeiro foi organizado pelo DTG Lenço Colorado no estacionamento situado ao lado do Gigantinho para entreter os colorados.

Fabrício Maia foi o último sócio a votar no Gigantinho, às 17h45min. Ele foi um dos associados que recebeu uma senha, já que muitos ainda estavam na fila no horário oficial de encerramento da votação, às 17h. “É com muito orgulho que estou participando deste processo democrático”, declarou Maia, que veio da cidade de São Lourenço do Sul para votar.

Às 17h48min, o presidente do Conselho Cláudio Bonatto declarou encerrada a votação. Integrantes de todas as chapas permaneceram sentados nas cadeiras do Gigantinho aguardando pelo resultado. Às 18h55min, a Comissão Eleitoral comunicou aos espectadores que a apuração estava encerrada. Minutos depois, um bonito momento da democracia colorada foi registrado no ginásio: correligionários das Chapas 1, 2 e 3 começaram a bater palmas e cantar “Colorado, colorado, nada vai nos separar”, em uma bonita amostra de amor ao Clube.

A expectativa pelos números finais da votação aumentava a cada minuto. A vitória da Chapa 1 foi anunciada às 19h05min, seguida dos números da votação para a renovação do Conselho Deliberativo: “Declaro Vitorio Piffero reeleito para a presidência do Inter para o biênio 2009-2010. Os 150 novos conselheiros também estão empossados”, definiu Bonatto.

Muitos aplausos e gritos entusiasmados irromperam no Gigantinho. Todos comemoravam o sucesso da maior eleição da história de um clube de futebol brasileiro.

A comemoração de Vitorio Piffero

O presidente Vitorio Piffero aguardou com tranqüilidade o resultado da votação. Sentado entre os vice-presidentes Pedro Affatato e Mário Sérgio Martins, que compuseram a Chapa 1, o presidente reeleito com mais de 90% dos votos agradeceu a participação do quadro social do Inter.

“Foi um dia inesquecível da democracia colorada. A participação dos sócios foi condizente com o tamanho do Inter. Os torcedores vieram de forma ordenada ao Gigantinho vestindo a camisa colorada para participar deste momento importante do Clube. Foi como um jogo, a movimentação intensa no estádio, tudo que cercou a eleição. Todos os colorados ganharam ao final da eleição”, comemorou o presidente de milhões de torcedores do Inter.

Os planos para o biênio 2009-2010

Depois de receber os cumprimentos dos seus correligionários e de membros das outras chapas, Vitorio Piffero falou com a imprensa sobre seus planos para os dois próximos anos do seu novo mandato. “O importante é que resgatamos o orgulho da camisa colorada. Talvez esta seja a maior conquista de todas. Agora o nosso objetivo é manter o time forte, com alta competitividade. Se saírem jogadores, vamos repor com outros de mesmo nível. Os sócios votaram em um modelo vitorioso de gestão. Vamos seguir trabalhando forte para conquistarmos ainda mais títulos”, projetou o presidente reeleito. (Fonte: Blog Supremacia Colorada)

Vitório Pífero reeleito, garantia de novas conquistas (Foto:(Foto: Supremacia Colorada)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fausto, a “Maravilha Negra”

Quando alguém lembra dos grandes jogadores do passado é quase sempre chamado de saudosista, mas eu não me importo com isso e gosto de contar neste meu blog as trajetórias vitoriosas de grandes nomes do nosso futebol. Jogadores que esbanjaram classe e categoria e encantaram os torcedores de suas épocas, quando o futebol brasileiro misturava técnica e encantamento.

Um dos primeiros craques da era moderna do futebol brasileiro foi sem dúvida o maranhense Fausto dos Santos, ou simplesmente Fausto, nascido em Codó, no dia 28 de fevereiro de 1905. Ele foi um dos melhores, senão o melhor meio campista de seu tempo. Era daqueles jogadores clássicos, que quando recebia a bola pelo alto, sabia dominá-la como poucos. A visão de jogo era uma de suas maiores virtudes, dava passes e lançamentos primorosos e também fazia gols.

Fausto teve uma infância difícil, por força da miséria no Nordeste brasileiro. Sua mãe, dona Rosa, queria um futuro melhor para o filho, coisa que dificilmente teria no interior maranhense. Por isso foi com a família tentar a sorte no Rio de Janeiro, então a capital e maior cidade do Brasil.

Naqueles áureos tempos em que os campos de futebol se espalhavam por todos os cantos da cidade, Fausto encontrou sua vocação, ao manter uma relação íntima com a bola. Ele a chamava de tu e ela o obedecia em todos os malabarismos que fazia, caindo sempre aos seus pés, como se uma escrava fosse. Era aquilo que hoje chamamos de domínio da bola.

Em 1926, Fausto, alto e magro, aparecia jogando como titular da equipe do Bangu Atlético Clube, atuando de meia atacante e mostrando sinais evidentes de que se tratava de um verdadeiro craque. Era bonito vê-lo tocar na bola, dar a matada no peito, driblar, fazer ginga, no desarme e na preparação do gol. Todas essas qualidades encantaram a Henry Welfare, um inglês radicado no Brasil e técnico do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Fausto gostava do Bangu e era apegado aos companheiros. Por isso, resistiu para sair do clube vermelho e branco. Mas em 1928, finalmente foi parar no Vasco, agremiação representativa da rica colônia portuguesa e da gente graúda da cidade. No estádio de São Januário, inaugurado um ano antes, ele atingiria os “píncaros da glória”, plagiando verso da música “O Ébrio”.

E Fausto teve muito a ver com o personagem musical do grande cantor e compositor Vicente Celestino. Quando não estava nos gramados vestindo a camisa preta, com a “Cruz de Malta” branca à esquerda do peito, costuma freqüentar os bares e bailes de gafieira do Rio de Janeiro

Em 1929, foi campeão carioca, jogando como médio volante na equipe vascaína e se tornando o cérebro do meio-de-campo, posição para a qual fora deslocado por Welfare, que ignorava o esquema WM, criado por seu compatriota Herbert Chapman e praticado na Europa. Pela fórmula vascaína, Fausto tinha que ter um fôlego fora do comum, pois dele dependia o ataque. No 1º turno do Carioca, o Vasco goleou o Flamengo por 4 X 1, e Fausto marcou 3 gols. Nesse ano, além de campeão estadual, o negro de Codó estreou com êxito nas seleções carioca e brasileira.

Em 1930 participou da 1ª Copa do Mundo, disputada em gramados do Uruguai. O Brasil não conseguiu fazer uma boa preparação e isso foi preponderante para que a campanha fosse muito abaixo das expectativas. Mesmo cheio de craques, o escrete nacional, com três treinos, era composto de uma turma inexperiente e temerosa em fazer feio no exterior. Na estréia, perdemos para a Iugoslávia. Depois, derrotamos a Bolívia. Fausto foi considerado o melhor médio volante da Copa e ganhou da imprensa uruguaia o apelido de “Maravilha Negra.”

A partir daí, o jogador passou a ser ajudado financeiramente pelos portugueses ricos do Vasco da Gama. Mas, despreparado para a glória e a fama, continuou com as farras. A madrugada e o álcool estavam colocando sua carreira em risco. A sua saúde estava em declínio, e sofria com sucessivas e intermináveis gripes. À época, disseram-lhe que os negros eram predispostos à tuberculose e Fausto tomou isso como exagero racista, seguindo fiel à boemia.

Mesmo assim continuava a jogar um grande futebol. No ano de 1931 quando o Vasco se tornou o primeiro clube carioca a excursionar pelo exterior, Fausto, folgando da gripe, encantou as platéias européias com sua elegância e habilidade. Em Madri, Barcelona e Vigo, o compararam a um escravo levando o time nas costas. Depois de um jogo em que o Vasco derrotou o combinado português formado por jogadores do Sporting e Benfica, o jornalista português Alberto de Freitas, embora com um comentário altamente racista, resumiu a representatividade de Fausto: "O centromédio faz verdadeiras maravilhas, passeando a vontade pelo campo. Com tanta categoria até se pode não ser branco”.

Contratado pelo Barcelona, fez jus ao nome e maravilhou a todos, inclusive conquistando o torneio da região em 1932. Pelo clube espanhol, o negro brasileiro foi a Paris e recebeu do jornal “France Football” este elogio: "Ele faz com espantosa facilidade o que outros fariam com um esforço sobre-humano. Fausto, com seu futebol maravilhoso, veio ensinar à Europa como deve jogar um center-half".

Mas a gripe voltou a incomodá-lo. E fez com que se indispusesse com a direção do clube espanhol, que exigia que ele jogasse mesmo com febre. Acabou rescindindo o contrato. No Barcelona, Fausto ganhou muito dinheiro, mas gastou tudo na boemia. Em 1933, foi jogar no Young Fellows, da Suíça, onde ficou somente dois meses. Jornais da época já falavam sobre seu estado de saúde e achavam que o jogador tinha consciência da tuberculose e de sua gravidade, embora nada comentasse.

Retornou ao Brasil e ao Vasco em 1933, para um ano depois ser outra vez campeão carioca, jogando ao lado dos geniais Domingos da Guia e Leônidas da Silva, o "Diamante Negro". Em 1935, o Nacional de Montevidéu o contratou. No Uruguai não teve o mesmo brilho de antes, sendo expulso de campo em quase todos os jogos. Com a saúde bastante abalada o craque brasileiro não conseguia mais correr os dois tempos de uma partida. E por isso voltou ao Brasil, em 1936, para jogar no Flamengo.

No rubro-negro teve o azar de se deparar com o técnico húngaro Dori Kruschner, fã do sistema WM que consistia de 3 beques, 2 médios, 2 meias e 3 atacantes e um rígido treinamento físico, até então inédito no país. Fausto já não tinha gás, por isso o técnico o escalou na zaga. Fausto não gostou e pediu rescisão do contrato, que lhe foi negada no clube e na Justiça. Acabou substituído no time titular pelo atacante alemão Engels, que foi adaptado como centromédio.

Em 1938, porém, vendo-se sem chance e humilhado, Fausto se retratou em carta exaltando o trabalho de Kruschner. O “Maravilha Negra” ainda voltou a jogar com o aparente talento de sempre. E foi até cogitado para a Seleção Brasileira que iria à Copa do Mundo, disputada na França. Mas a velha e cruel gripe, cheia de tosse, veio abatê-lo de novo. Uma tarde, após jogar entre os aspirantes do Flamengo, sentiu-se mal e teve hemoptise. Quando quis retornar aos treinos, em 1939, os médicos o enviaram ao Sanatório Mineiro, escondido nos cafundós do Estado de Minas Gerais, sem muita esperança de curá-lo da tuberculose.

Sob os cuidados da irmã Catarina, abnegada freira que lhe incutiu a fé cristã através de doutrinação oral e de um livro emprestado, o negro que viera do Rio de Janeiro viveu seus últimos momentos. Ao início da noite, depois de arder em uma febre de graus elevados, com a respiração sôfrega e os pulmões corroídos, Fausto, aos 34 anos de idade deu seu último suspiro.

E por lá mesmo Fausto dos Santos foi enterrado sem grandes pompas em cova rasa, cravada por uma tosca cruz de madeira, sem nome nem data. Morreu tendo conquistado 2 títulos cariocas para o Vasco, em 1929 e em 1934 e marcando seu nome como um dos maiores futebolistas de todos os tempos! E morreu na miséria. Um fim triste para um jogador que, menos de uma década antes, encantara o mundo. (Pesquisa: Nilo Dias)

Fausto foi um dos maiores craques brasileiros de todos os tempos (Foto: Arquivo do C.R. Vasco da Gama)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Inter, "Campeão de Tudo!!!

Título do Internacional abre nova vaga na Copa Sul-Americana 2009 para os clubes brasileiros

CBF NEWS

A Diretoria de Competições da CBF publicou nesta quinta-feira, após o conquista da Copa Sul-Americana pelo Internacional de Porto Alegre, e sua conseqüente classificação para a edição de 2009 da competição, ofício que estabelece que os oito melhores classificados ao final do Campeonato Brasileiro Série A, obviamente excluindo os clubes já classificados para a Copa Libertadores e o Internacional, terão direito a uma vaga na Copa Sul-Americana 2009.

Presidente Ricardo Teixeira parabeniza Internacional pela conquista da Copa
Sul-Americana

CBF NEWS

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, parabeniza o presidente do Sport Club Internacional, Vitório Piffero, toda a sua diretoria, jogadores, integrantes da comissão técnica e a sua imensa legião de torcedores pela conquista da Copa Sul-Americana 2008, obtida de maneira emocionante na decisão desta quarta-feira, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.

Matéria do site da Conmebol

Copa Nissan Sudamericana 2008
Alex, Nilmar, D'Alessandro: el trío de oro del Inter campeón

Para conquistar un título continental un equipo necesita de equilibrio y solidez en todas sus líneas, un espíritu de lucha inquebrantable y además, quizá lo más distintivo, tener un plantel de atacantes de alta capacidad técnica y resolutiva. Esta última condición la cumplieron a la perfección Alex, Nilmar y D'Alessandro, cartas de triunfo de Internacional durante toda la Sudamericana.

En el caso de Alex y Nilmar, además, sus aportes se materializaron en una alta cuota goleadora: con cinco dianas cada uno, se proclamaron como artilleros del torneo. Hicieron 10 de los 15 goles de Inter en los diez partidos que disputó, lo que habla de su elevadísima gravitación en el equipo. El argentino Andrés D'Alessandro marcó dos tantos, pero fue el director de juego del equipo, el que manejó los tiempos y condujo los ataques. Tuvo una actuación muy destacada.

Alex fue la estrella del equipo "Colorado" en esta conquista. Por su fútbol rápido, directo y sus espectaculares y precisos lanzamientos con la zurda, se convirtió en el jugador más valioso de Internacional. Mucho mérito en esta explosión del mediapunta tiene el técnico Tite, quien lo hizo jugar unos metros adelantado a los que lo hacía naturalmente, con lo que ha ganado en visibilidad.

Para conquistar un título continental un equipo necesita de equilibrio y solidez en todas sus líneas, un espíritu de lucha inquebrantable y además, quizá lo más distintivo, tener un plantel de atacantes de alta capacidad técnica y resolutiva. Esta última condición la cumplieron a la perfección Alex, Nilmar y D'Alessandro, cartas de triunfo de Internacional durante toda la Sudamericana.

En el caso de Alex y Nilmar, además, sus aportes se materializaron en una alta cuota goleadora: con cinco dianas cada uno, se proclamaron como artilleros del torneo. Hicieron 10 de los 15 goles de Inter en los diez partidos que disputó, lo que habla de su elevadísima gravitación en el equipo. El argentino Andrés D'Alessandro marcó dos tantos, pero fue el director de juego del equipo, el que manejó los tiempos y condujo los ataques. Tuvo una actuación muy destacada.

Alex: revelación y gran figura

Alex fue la estrella del equipo "Colorado" en esta conquista. Por su fútbol rápido, directo y sus espectaculares y precisos lanzamientos con la zurda, se convirtió en el jugador más valioso de Internacional. Mucho mérito en esta explosión del mediapunta tiene el técnico Tite, quien lo hizo jugar unos metros adelantado a los que lo hacía naturalmente, con lo que ha ganado en visibilidad.

Internacional brillante campeón de la Copa Nissan Sudamericana!

Internacional de Porto Alegre se consagró Campeón de La Copa Nissan Sudamericana 2008en una memorable final de 120 minutos disputada en su estadio Beira-Rio colmado de hinchas, donde igualó en un gol ante el bravo Estudiantes de la Plata, que lo puso en aprietos durante buena parte del juego. El popular club "Colorado" sumó una nueva estrella internacional a su palmarés de manera brillante, habiendo ganado cinco y empatado cinco sobre diez partidos disputados.

MATÉRIA DO SITE DA FIFA

Inter iguala con Estudiantes y es campeón

El brasileño Internacional se convirtió este miércoles en campeón de la VII Copa Sudamericana de fútbol al empatar con el argentino Estudiantes en 1-1 con un agónico gol conseguido al minuto 113, en tiempo extra.

Inter había ganado el partido de ida por 1-0 hace una semana, pero este miércoles Agustín Alayes puso a Estudiantes en ventaja al minuto 65, llevando la decisión a la prolongación.

Cuando ya parecía que la decisión iría a la definición por penales, el goleador Nilmar aprovechó una serie de rebotes ante el arco argentino para anotar y dar el trofeo al equipo brasileño. De esta forma, Internacional se convirtió en el primer equipo de su país en conquistar la Copa Sudamericana.

"Es un sueño hecho realidad. Después de tanto tiempo sin jugar, volver a un club como Inter y cerrar el año con un título me hace muy feliz. No puedo pedir más", expresó el goleador al finalizar el encuentro.

Estudiantes, con personalidad
Presionado por la exigencia de conseguir una victoria, Estudiantes de La Plata se plantó en la cancha con sus líneas adelantadas y le qiotó a Internacional el espacio para imponer su mejor toque de pelota.

El entrenador del equipo argentino estableció una marcación escalonada sobre el veloz Nilmar y el habilidoso Andrés D'Alessandro, al tiempo que el experimentado Juan Verón asumió la responsabilidad de distribuir el juego.

No obstante, el equipo brasileño se mostró más eficiente en el trato del balón y equilibró tácticamente el partido con las proyecciones de D'Alessandro por los dos andariveles de la cancha buscando la asociación con Nilmar, mientras Alex retrocedía para arrastrar marcadores.

En ese escenario a Internacional le bastó la primera media hora de juego para adueñarse por completo del terreno. Al conjunto argentino, en tanto, le quedaron apenas los lanzamientos en profundidad que nacían de los pies de Verón en búsqueda del contragolpe.

En el segmento final del primer tiempo, el 'pincharrata' argentino pasó a arriesgar más. Las subidas en velocidad de Marcos Angeleri le proporcionaron a Verón el asociado que precisaba para reducir la velocidad del partido y buscar jugadas ofensivas.

Para el segundo tiempo, Inter buscó anular las peligrosas subidas de Angeleri situando al oportunista Alex en los espacios dejados por el jugador argentino, y así nuevamente Estudiantes pareció quedarse sin opciones.

La solución del equipo rioplatense fue orientar al atacante Gastón Fernández a actuar más abierto por el costado izquierdo en sociedad con Leandro Benítez, y de esa forma nuevamente llevó la disputa al terreno de Inter.

Llegan las emociones
Sobre el minuto 65, Benítez ejecutó un tiro libre desde el costado izquierdo del ataque de Estudiantes. El balón atravesó toda la defensa brasileña y por el otro costado apareció Alayes para conectar de pierna derecha y mandar la pelota a la red.

El gol desarticuló de forma evidente a Inter, al tiempo que Estudiantes encontró la energía de la que parecía carecer. El partido se tornó electrizante, con seguidas situaciones de peligro ante los dos arcos.

Con Estudiantes dueño de la pelota y de la iniciativa, el talento de Verón en la distribución del juego volvió a brillar con intensidad ante un equipo de Inter incapaz de recuperarse del gol sufrido, hasta el silbatazo final del tiempo reglamentario.

Estudiantes comenzó el tiempo extra visiblemente más motivado que Inter, pero al experimentado Verón el cansancio comenzó a pasarle la cuenta, dejando al conjunto argentino sin su principal generador de juego.

Cuando todo indicaba que el campeón saldría en disparos de los 12 pasos, Nilmar hizo estallar el estadio Beira-Rio con un gol dramático luego de una interminable serie de rebotes.

Los escasos minutos restantes fueron de descontrol en la cancha, con varios amonestados y las expulsiones de Rodrigo Braña y Mauro Boselli, hasta que el árbitro Jorge Larrionda indicó el fin del partido y el inicio de la fiesta 'colorada'. El Internacional, que se adjudicó la Copa Libertadores y la Copa Mundial de Clubes de la FIFA en 2006, celebró además la Recopa Sudamericana en 2007, título que intentará repetir en 2009 gracias a la conquista de esta noche. ¿Su rival? La Liga de Quito de Ecuador.




sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A indignação de um povo

O artigo abaixo foi copiado do blog "Supremacia Colorada - O Blog do Torcedor do Inter‏nacional". Ele traduz perfeitamente toda a indignação que os torcedores do glorioso S.C. Internacional e todo o povo do Rio Grande do Sul sentem em relação a famigerada Rede Globo de Televisão, que tanto mal já fez e continua a fazer ao nosso país, e especialmente ao povo que reside fora do eixo Rio-São Paulo.

Na última quarta-feira, quando o S.C. Internacional, defendendo o futebol de nosso país, e como o primeiro e único clube a chegar na final da Copa Sulamerica,a Rede Globo desrespeitou todo um povo ao trocar o jogo por um filme de quinta categoria. Por isso a atualidade do ótimo texto que publicamos abaixo, merece ser lido por todos.

Discriminação pura e simples

Por Tiago Vaz

A Globo não passou o jogo do Internacional para todo o país. Sequer transmitiu em Santa Catarina, Estado em que há muitos colorados. Também não deve ter passado a partida para o oeste do Paraná, e nem para Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul, onde há muitos colorados. Parece que a Band não transmitiu o jogo para São Paulo. O argumento das emissoras, como sempre, seria a disputa pelo Ibope. Times do Rio Grande do Sul dariam pouca audiência fora do Estado. Por isso a opção por não transmitir a partida seria justificada. Afinal, os patrocinadores querem audiência.
O argumento, no entanto, é absurdamente falso, e isso por uma simples razão.

As grandes emissoras não fazem esse juízo sobre o impacto da audiência quando quem está jogando é um time de Rio ou São Paulo. Entre tantos exemplos, posso dar o de Palmeiras e Argentino Juniors. A Globo passou o jogo para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde o interesse pela partida era baixíssimo. Se o critério para decidir pela transmissão é a audiência, deveriam ter passado um filme para esses Estados.

Os exemplos são inúmeros. A Globo cansou de transmitir partidas de Palmeiras e Botafogo na série B do Brasileiro para os Estados do sul. Transmitiu a final da Copa do Brasil entre Corinthians e Sport para todo o país, até para o Rio Grande do Sul, sem fazer a tal análise da audiência.

Em suma, para os gaúchos e para outras regiões onde os times de Rio e São Paulo não tem maioria de torcida, as emissoras nacionais simplesmente impõem a transmissão das partidas, inclusive de clubes com torcidas mais localizadas, como Fluminense, Santos e Botafogo. Já quando jogam clubes de fora do eixo Rio-SP vem a suposta "análise" da audiência.

Portanto, o que há é pura e simples discriminação. Se as emissoras nacionais querem provar o contrário, então que nunca mais passem para o Rio Grande do Sul jogos de equipes de outros Estados. Aí sim até poderei ter alguma consideração sobre o argumento por elas utilizados.

Para as emissoras situadas de Rio e SP o Rio Grande do Sul não é Brasil. É como se fosse uma espécie de Alaska para os EUA. Algo isolado e distante. E para "integrá-los" à nação brasileira é preciso um esforço civilizatório e uniformizador. Por isso passam jogos das equipes do centro para a província. Colocam o Corinthians goela abaixo dos gaúchos, ao passarem a final da Copa do Brasil, mesmo sabendo que o time paulista é odiado pela maioria dos torcedores de Grêmio e Inter.

Essa discriminação explícita, demonstração de absurdo xenofobismo, causa reações sérias. A mídia tem um papel importante na sociedade, e suas ações podem gerar efeitos positivos ou negativos. No Rio Grande do Sul, a mídia nacional exacerbou o sentimento comum nos gaúchos de que são discriminados. Daí para surgir uma afirmação cada vez maior da "nacionalidade" gaúcha foi um passo. Eis a razão do grito "ah, eu sou gaúcho". Eis a explicação da torcida do Inter ter cantado o hino do Rio Grande do Sul quando o time chegou do Japão em 2006. A discriminação midiática só acentua uma visão até certo ponto separatista, senão na organização política, mas ao menos no sentimento.

Outra conseqüência triste dessa discriminação é o sentimento em relação à seleção brasileira. Para muitos gaúchos, como o Rio Grande do Sul é discriminado no futebol, logo o selecionado feito pela CBF, representante do interesse dos clubes do eixo Rio-SP, é uma equipe que representa unicamente o interesse central. Então, qual a razão para torcer pela seleção?

Faz muitos anos que eu perdi a vontade de torcer para a seleção. A última Copa que me lembro de ter torcido para o Brasil foi em 90, quando fiquei triste com aquele gol de Caniggia. Em 94 minha paixão pela seleção brasileira já tinha sumido. Daí em diante assisto, quando assisto, friamente aos jogos. Não há diferença entre ver um jogo do Brasil e um da Espanha, por exemplo. Não consigo mais torcer e ficar feliz com as vitórias do Brasil. Perder ou vencer não faz mais diferença. Vejo as partidas apenas quando há um interesse futebolístico relevante. Amistosos só quando realmente não tenho nada para fazer.

Quem sabe a mídia nacional não regionaliza totalmente a transmissão. Sabem quantos jogos do Figueirense passaram para Santa Catarina? Nenhum. Hoje o desrespeito é demais. Uma regionalização maior poderia diminuir o sentimento de que somos discriminados. E quem sabe muita gente poderia voltar a ter uma relação de amor com a seleção, que gradualmente poderia ser considerada de todos, e não do eixo Rio-SP.Talvez até eu pudesse comemorar os gols de Luiz Fabiano. Por enquanto, comemoro mesmo são os gols de Alex e Nilmar. Para mim a seleção joga de vermelho. E só.

O S.C. Internacional, para nós, gaúchos, vale muito mais que a famigerada Rede Globo (Foto: Divulgação)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Estudiantes, o time de “Los Professores”

O adversário do S.C. Internacional de Porto Alegre na final da Copa Sul-americana, que tem o primeiro jogo marcado para esta noite, é um clube de muita tradição na Argentina e em todo o Continente. Fundado em 4 de agosto de 1905, o já centenário Club Estudiantes da cidade de La Plata, na província de Buenos Aires, nasceu de uma dissidência no outro clube da cidade, o não menos tradicional Gimnasia y Esgrima. Alguns associados do clube não estavam satisfeitos com a preferência dada para atividades sociais e esportes de salão e não ao futebol. E os descontentes se uniram e partiram para a fundação de uma outra agremiação que atendesse seus interesses.

Fundaram, assim, o Club Estudiantes de La Plata, que em seus primeiros anos de existência só aceitava em suas fileiras pessoas jovens com estudo comprovado. Essa exigência, curiosamente beneficiou o rival Gimnasia, que tinha origem elitista na época e acabou se tornando mais popular ao ganhar torcedores nos bairros operários de La Plata, como Berisso e Ensenada. Hoje, o Estudiantes tem uma grande torcida, muito maior que a do seu arqui-rival, ficando atrás somente de: Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing Club, San Lorenzo, de Almagro e Rosário Central, de Córdoba.

Nos primeiros anos do século XX, o futebol já despertava grande paixão na Argentina. Equipes como o Lomas Athletic, Quilmes Athletic, Belgrano, Lobos, San Isidro, Porteño, Reformer, Barracas, San Martín, Nacional e Argentinos de Quilmes, se enfrentavam em sucessivos torneios organizados pela Associação Argentina de Futebol, cujo ganhador habitual era o Alumni.

O primeiro título do Estudiantes foi conseguido no ano de 1908, quando sagrou-se campeão da quarta divisão, vencendo o River Plate na partida final por 3 X 1. Em 1911 chegou a primeira divisão derrotando o Club Atlético Independiente por 3 X 0, em uma campanha com 13 vitórias, 4 empates e apenas uma derrota, com 49 gols a favor e 14 contra.

Em 23 de novembro de 1913, o Estudiantes conquistou o seu primeiro campeonato da primeira Divisão, depois de uma campanha quase inacreditável: 14 vitórias em 18 partidas. O título deu o direito do clube, disputar a Copa Rioplatense, contra o campeão uruguaio, o River Plate de Montevideo. O Estudiantes levou a taça ao derrotar o adversário por 4 X 1. Entretanto, pesquisas recentes dizem que tal partida nunca ocorreu.

Em 1929, o título ficou com o Gimnasia, igualando o feito de “Los Professores”, como o Estudiantes também é conhecido. A conquista dos rivais serviu para causar uma grande frustração entre os adeptos do Estudiantes. Mesmo com o passar dos anos o título do Gimnasia em 1929, continuava engasgado no torcedor. Esse episódio foi fundamental para alimentar o nascimento de um dos maiores clássicos do futebol argentino: Estudiantes X Gimnasia.

O Estudiantes nos dois primeiros campeonatos profissionais que disputou ganhou 36 partidas, empatou 12 e perdeu 20. Marcou 184 gols e sofreu 114. Os principais jogadores desta equipe foram os goleiros Scandone, Latorre Lelong e Capuano; os defensores Nery, Rodríguez, Viola, Raúl e Roberto Sbarra: os volantes Usienghi, Pérez Escalá, Riolfo; e o ataque Lauri, Scopelli, Zozaya, Manuel Ferreira e Guaita. Também atuaram Comasco, Tellechea, Padrón, Appolito, Sabio, Juariste, o uruguaio Castro, Areco e Estevarena. Em 1931 esta equipe goleou por 7 X 0 o Chacarita, 5 X 2 o Independiente, 5 x 2 o Ferro, 5 x 1 o Argentinos, 8 x 0 o Lanús, 6 X 1 o Atlanta, 8 X 0 o Ferro, 6 X 3 o Racing, 4 x 1 o campeão Boca Juniors e em 1932, 6 X 1 no rival Gimnasia.

A linha atacante do Estudiantes era denominada “Los Profesores” (todos jogaram na Seleção Argentina. Scopelli e Manuel Ferreira disputaram a Copa do Mundo de 1930): Miguel Ángel Lauri, “Flecha de Oro”, Alejandro Scopelli, “el Conejo”, Alberto Zozaya, “Don Padilha”, Manuel Ferreira, “el Piloto Olímpico” (por ter sido atacante central nos Jogos Olímpicos de Verão de 1928, em Amsterdam quando a Argentina foi vice-campeã) e Enrique Guaita, “el Índio”.

Dois jornalistas esportivos da época, Félix Daniel Frascara e Diego Lucero, consideraram “Los Professores” como a primeira grande expressão da arte coletiva dentro de um campo de futebol. Este é considerado um dos quintetos mais célebres do futebol profissional na argentina, comparável com o Independiente de 1939 (Maril, De la Mata, Erico, Sastre e Zorrilla) e com “La Máquina do River” (Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Loustau).

Além de grandes êxitos na era amadora, como no campeonato de 1930, quando levaram o Estudiantes ao vice-campeonato com 27 vitórias, 2 empates e 6 derrotas, os cinco “Professores” fizeram história no início da era profissional da Argentina, quando o quinteto foi desfeito com a saída de 3 integrantes para o futebol europeu.

A estréia do Estudiantes no futebol profissional argentino aconteceu em 1º de junho de 1931, com uma vitória diante do Talleres por 3 X 0. Nesse jogo Alberto Zozaya marcou o primeiro gol da era profissional do futebol argentino. Ainda em 1931 a linha atacante do Estudiantes marcou um recorde histórico: 103 gols em 34 jogos, sendo 16 a mais que o campeão Boca. Ficou em terceiro lugar no campeonato com 44 pontos, logo atrás do San Lorenzo de Almagro
com 45 e o Boca Juniors com 50.

Em 1938 surgiu no Estudiantes um dos maiores goleadores da história do futebol argentino, Manuel Peregrina, “El Payo”, que marcou 221 gols com a camisa “pincharrata”, transformando-se no maior goleador da história do clube e no quarto do futebol argentino em todos os tempos (231 gols, 10 anotados pelo Huracán). Jogou no Estudiantes até 1956 com uma temporada pelo Huracán em 1953. A partir de 1942 fez uma dupla de ataque brilhante com Ricardo "el Beto" Infante. Pelegrina se destacava pelo chute potente, Infante pela habilidade. “El Payo” jogou algumas partidas pela seleção argentina. Infante disputou a Copa do Mundo de 1958 pela seleção de seu país.

Na década de 1960 o Estudiantes explodiu para a glória. Conseguiu formar uma equipe fabulosa, que encantou torcedores da Argentina, da América e do mundo inteiro. O vermelho, branco e preto das camisas do Estudiantes, assustava os adversários. Foi campeão argentino em 1967, com jogadores sensacionais como Verón (o pai do atual capitão do time), Bilardo (que viria a ser técnico da seleção argentina), e tantos outros. O treinador da equipe era o lendário Osvaldo Zubeldía. Com tantos craques no time, não foi difícil ganhar também a Copa Libertadores da América em 1968, 1969 e 1970, tornando-se o primeiro tri-campeão do torneio.

Nesses anos de ouro, venceu na decisão timaços da época, como o Palmeiras (1968), o Nacional do Uruguai (1969) e o Peñarol, também do Uruguai (1970). O Estudiantes, não tomava conhecimento dos adversários e os esmagava um a um. O grande momento do clube aconteceu em 1968, depois de vencer pela primeira vez a Libertadores. Credenciado a disputar a Copa Intercontinental, o Estudiantes venceu na Argentina o Manchester United, dos craques Bobby Charlton e George Best, por 1 X 0. Na Inglaterra, houve empate de 1 X 1. Verón marcou o gol argentino e garantiu a festa.

Na década de 1980 o Estudiantes voltou a formar um time forte, talvez sem o mesmo brilho do elenco da década anterior, mas aguerrido ao extremo. Em 1982 e 1983, conquistou o bi-campeonato nacional e por pouco não ganhou também a Copa Libertadores de 1983. Chegou as semi-finais daquele ano numa chave com Grêmio e América de Cali. No penúltimo jogo empatou com o Grêmio em 3 X 3, em La Plata, depois de estar perdendo por 3 X 1 e ter vários atletas expulsos. E isso foi fatal no jogo seguinte, contra o América, na Colômbia. A equipe sentiu a falta dos titulares suspensos e não saiu do empate, resultado que eliminou o clube da competição.

Os anos que se seguiram não foram bons. Até pela segunda divisão o time de La Plata andou. Em 2006, houve a reação, com a reconquista do campeonato argentino, com uma histórica vitória sobre o Boca Juniors, em plena “Bombonera”. Na Libertadores, o Estudiantes fez grandes partidas, mas acabou eliminado pelo São Paulo, nos pênaltis. Naquele ano já poderia ter ocorrido um confronto com o Internacional, adversário desta noite, para decidir a competição. O clube gaúcho foi campeão continental e do mundo.

Os títulos mais importantes da história do Estudiantes são: Copa Libertadores da América (1968, 1969 e 1970), Copa Intercontinental (1968), quatro camepeonatos argentinos e uma Copa Interamericana. Os torcedores do Estudiantes de La Plata são chamados de “pincharratas” e o clube de “Pincha” ou “tricampeões”, uma referência aos 3 títulos consecutivos da Libertadores da América. Originalmente o clube dedicava-se quase que exclusivamente ao futebol, mas na atualidade pratica tambeém outras modalidades esportivas como basquetebol, tênis, handebol, golf, nataçaão e hockey.

Uma curiosidade: Verón, que é filho do maestro Verón, do lendário Estudiantes da década de 1960, é hoje o grande nome da equipe. Ele surgiu em um momento de dificuldade, sendo um dos responsáveis pela volta do Estudiantes a primeira divisão, em 1995. Depois, transferiu-se para a Europa e foi grande destaque da seleção argentina. Agora, de volta às origens, Verón é a grande esperança de novas glórias para “Los Professores) (Pesquisa: Nilo Dias).

"Los Professores", o maior ataque de toda história do Estudiantes (Foto: Acervo do Club Estudiantes)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Tragédia da Fonte Nova completa 1 ano

Hoje está fazendo um ano que aconteceu uma das maiores tragédias do futebol brasileiro em todos os tempos. O desabamento de parte da arquibancada do Estádio da Fonte Nova, em Salvador, no dia 25 de novembro de 2007, aos 43 minutos do segundo tempo do jogo Bahia X Vila Nova, válido pela Série C do Campeonato Brasileiro causou a morte de sete torcedores e deixou outros 87 feridos. Meses antes, um estudo feito por engenheiros dava o Estádio Octávio Mangabeira como o pior do Brasil.

Esta foi a segunda maior tragédia futebolística brasileira que se tem registro, ficando atrás somente do desastre no Albertão (Piauí), em 1973, onde oito pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas, segundo números oficiais.

Até agora ninguém foi responsabilizado pelo ocorrido, embora a Polícia Civil tenha indiciado cinco pessoas por homicídio doloso (sem intenção de matar). Desses, a Justiça acatou apenas dois nomes, Raimundo Nonato Tavares, o ex-jogador Bobô, diretor da Superintendência de Desportos do Estado da Bahia, que administrava o estádio, e o engenheiro Nilo Santos Júnior, à época funcionário do órgão. Mas não há previsão para julgamento.

O promotor Mauricio Cerqueira, responsável pela parte criminal do processo, não acredita na prisão de Bobô e de Nilo Santos. Na sua opinião a pena não deverá chegar a dois anos, e eles terão direito aos benefícios da lei, em caso de condenação.

O governo estadual aprovou uma lei para pagar pensão especial às famílias dos mortos. Por ela, o Estado terá que pagar aos beneficiários das três mulheres que morreram uma pensão até o 76º aniversário da vítima. Os herdeiros dos quatro homens mortos terão direito à pensão até o 68º aniversário do morto. Mas até agora somente duas famílias estão recebendo menos de R$ 500, o que é muito pouco. É o caso da mãe de Milena Vasques. Que morreu no acidente aos 27 anos e recebe uma pensão retroativa a dezembro de 2007, no valor de R$ 493,54 por mês. Já a mãe do torcedor Joselito Lima, morto aos 26 anos, ganha R$ 492,59. A CBF também pagou um seguro de R$ 25 mil para cada família das vítimas. Outras cinco famílias esperam que a Justiça defina quem são os herdeiros legais.

Logo após o acidente, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), anunciou que o Estádio da Fonte Nova seria demolido para que no mesmo local fosse construído um outro, inclusive para ser utilizado nos jogos da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Ao início deste ano, a conversa já era outra. O governador descartou a hipótese de demolição e anunciou uma reforma, ao custo inicial de R$ 230 milhões.

Inclusive já foi anunciada a proposta vencedora da licitação para a modelagem institucional, regime de gestão e operação do Estádio Octavio Mangabeira, popularmente chamado de Fonte Nova. Trata-se do consórcio liderado pela KPMG Structured S.A., que terá a responsabilidade de apresentar um estudo que atraia a iniciativa privada a realizar investimentos nas obras de recuperação e adequação da Fonte Nova para a Copa de 2014.

A KPMG vai se juntar à Setepla Tecnometal Engenharia, que em parceria com a alemã Shulitz + Partner irá remodelar o estádio. As obras no entorno da Fonte Nova ainda permanecem em análise pelo Grupo Técnico da Copa de 2014. O novo projeto arquitetônico vai se preocupar com as áreas vizinhas ao estádio, sobretudo com os três bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN): o Dique do Tororó, tombado desde 1959, o Colégio Anfrísia Santiago e o Convento do Desterro, desde 1938.

Além da KPMG, participaram do processo licitatório, as empresas Urplan Grupo de Planejamento, Urbanismo, Arquitetura LTDA, Ponto Z Arquitetura Paisagismo e Consultoria LTDA, Ernst & Young, Tecnosolo S.A. e a Setepla Tecnometal Engenharia LTDA, cuja proposta de estádio foi a aprovada pelo governo e anunciada no dia 29 de setembro deste ano.

Até o dia 15 de janeiro do ano que vem terá que ser apresentado o projeto básico de arquitetura e um estudo prévio de viabilidade econômica do empreendimento. Sabe-se que o projeto do estádio está inspirado no estádio da cidade alemã de Hannover, que abrigou partidas da Copa de 2006. Tanto a Fonte Nova quanto o estádio alemão, foram inaugurados na década de 1950, com base em projetos parecidos, e ambos passaram por grandes reformas na década de 1970 e tinham carências semelhantes na época da modernização. A reforma da AWD Arena custou 65 milhões de euros, aproximadamente R$ 180 milhões.

De acordo com a proposta, algumas características originais da Fonte Nova, como a forma de ferradura (um dos lados do estádio é aberto), serão mantidas. Além disso, um trecho do anel inferior também será modificado para deixar o público mais próximo do gramado. Já o trecho da arquibancada que ruiu, causando a morte de sete pessoas será destruído e reconstruído. Sobre ele, haverá uma membrana que envolverá todo o estádio, nos mesmos moldes da reforma feita em Hannover. O projeto prevê também a construção de três torres nos arredores do estádio para abrigar hotel, shopping-center, museu e centro de medicina esportiva, e a reforma do ginásio anexo.

A estimativa é que o novo estádio deva custar R$ 230 milhões e terá uma capacidade mínima de 55 mil torcedores, além de 36 camarotes, que serão corporativos, uma nova tribuna de honra e estacionamento vip na área interna.

O Cronograma para construção da nova Fonte Nova deverá ter por base estas datas: 15/01/2009 - Apresentação do projeto definitivo de reconstrução do estádio; 15/03/2009 - Escolha das sub-sedes da Copa do Mundo na Suíça; 30/07/2009 - Abertura do edital de licitação; 30/11/2009 - Conclusão do processo licitatório; 31/01/2010 - Início das obras; 2012 - Conclusão da reconstrução do estádio.

O Estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova) foi inaugurado no dia 28 de janeiro de 1951, com o jogo Botafogo (BA) 1 X 1 Guarany (BA). O primeiro gol foi obra do jogador Nelson (Botafogo-BA). O último jogo foi no dia 25 de novembro do ano passado, entre Bahia X Vila Nova (GO). O recorde de público (oficial) no estádio aconteceu no jogo Bahia 2 X 1 Fluminense, pelas semifinais do campeonato Brasileiro de 1988, quando 110.438 pagaram ingresso. O Bahia foi campeão brasileiro naquele ano.

Há quem diga que 120.000 pessoas estiveram na Fonte Nova no dia 4 de Março de 1971, numa rodada dupla: Bahia x Flamengo (RJ) e Vitória x Grêmio (RS), mas não existe comprovação de que isso seja verdade. Era o dia da reinauguração da Fonte Nova, após obras de ampliação. O público pagante oficial divulgado dois dias depois foi de 94.972 pessoas.

Além do futebol a Fonte Nova foi palco de outros eventos, como lutas de boxe, shows de artistas e bandas, dentre outros. Um dos maiores momentos foi a comemoração dos 10 anos da carreira de Ivete Sangalo. O show da cantora, com a participação de diversos artistas (Daniela Mercury, Gilberto Gil, Sandy & Junior, Margareth Menezes e Tatau), recebeu cerca de 80.000 pessoas e virou CD e DVD lançado pela MTV/Universal, o mais vendido da Indústria fonográfica mundial em 2005. (Pesquisa: Nilo Dias)

Projeto do novo Estádio da Fonte Nova (Foto: Governo do Estado da Bahia)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A festa do interior paulista

O futebol do interior paulista mostrou força este ano ao classificar duas equipes para o Campeonato Brasileiro da Série A de 2009, o Esporte Clube Santo André e o Grêmio Recreativo Barueri, que levam o nome de suas cidades. O clube do ABC, depois de 25 anos fora da elite nacional (última vez em 1984, quando foi 10º colocado) garantiu vaga na 36ª rodada (15/11), quando derrotou de virada o Ceará, em pleno Estádio Castelão, em Fortaleza, por 3 x 2, com gols no finalzinho do jogo. Já o Barueri, com apenas sete anos de futebol profissional conquistou neste sábado (22/11) um lugar entre os grandes do futebol brasileiro, ao derrotar o América (RN), por 3 X 0.

O Esporte Clube Santo André foi fundado em 18 de setembro de 1967, na época como Santo André Futebol Clube. A expectativa era criar um clube que fizesse frente aos clubes de Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, os maiores expoentes do futebol interiorano paulista e tantas outras cidades brilhavam com seus representantes.

A idéia surgiu na Liga de Futebol Amador da cidade, presidida pelo desportista Wigand Rodrigues dos Santos e logo ganhou muitos adeptos. A assembléia para fundação do clube aconteceu numa noite de chuva, na sede do Tiro de Guerra, na Praça 18 do Forte, quando faltou energia elétrica. O Santo André nasceu sob luzes de velas. Apenas quatro meses depois da fundação, em 20 de janeiro de 1968 o Santo André já se tornava um clube de futebol profissional filiado a Federação Paulista de Futebol (FPF) e apto às disputas oficiais.

Em 22 de março de 1975, o Santo André Futebol Clube passou a chamar-se Esporte Clube Santo André, nome que é utilizado até hoje. Foram trocadas também as cores do uniforme. O verde e amarelo deu lugar ao azul e branco. E a troca deu sorte. Naquele mesmo ano o clube conquistou o título do Campeonato Paulista da Segunda Divisão (sem acesso). O feito se repetiu em 1981 quando pela primeira vez chegou ao primeiro grupo do futebol paulista.

Já consolidado como clube, em 1984 ganhou destaque também no cenário nacional, ao classificar-se para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. E fez bonito, foi 10º colocado.

Em 2003, o clube viveu momentos inesquecíveis: foi campeão da Copa São Paulo de Juniores; vice-campeão do Campeonato Brasileiro da Série C, que valeu vaga para a Série B de 2004 e campeão da Copa Estado de São Paulo, que garantiu presença na Copa do Brasil do ano seguinte. O clube do ABC surpreendeu a todos e com uma grande campanha conquistou o título, batendo o Flamengo na final, por 2 X 0, em pleno Maracanã lotado de torcedores.

Na condição de campeão da Copa do Brasil, o Santo André habilitou-se à inédita vaga para a disputa da Copa Libertadores da América. Enfrentando adversários bem mais experientes em competições internacionais, acabou eliminado na primeira fase. Mas, sem antes deixar sua marca: uma goleada de 6 X 0 sobre o Deportivo Táchira, da Venezuela.

Os títulos conquistados pelo E.C. Santo André: Vice-Campeão Paulista da Segunda Divisão (1974); Campeão Paulista da Segunda Divisão (sem acesso) (1975); Campeão Paulista da Segunda Divisão (1981 e 2008); Vice-Campeão Paulista da Segunda Divisão (1974, 1979 e 2001); Campeão da Copa São Paulo de Juniores (2003); Campeão da Copa Estado de São Paulo (2003); Vice-Campeão Brasileiro da Série C (2003); Vice-Campeão da Copa Estado de São Paulo (2004); Campeão da Copa do Brasil (2004) e terceiro colocado no Campeonato Brasileiro da Série B, que garantiu o acesso a Série A. (2008).

O E.C. Santo André tem como mascote o “Ramalhão”, em homenagem a João Ramalho, fundador da cidade de Santo André em 8 de abril de 1553. O “Ramalhão” é o único mascote "histórico" do Estado de São Paulo, já que a maioria dos clubes prefere usar animais como “Tigre”, “Leão”, “Pantera”, “Águia” e os inúmeros "Galos" existentes no interior paulista, entre outros.

O Santo André disputa seus jogos no Estádio Municipal Bruno José Daniel, que tem capacidade para 15.000 pessoas. O clube é presidido pelo desportista Celso Luiz de Almeida e tem como patrocinadores Auto Shopping Global e Samcil. O material esportivo é fornecido pela Finta.

O Grêmio Recreativo Barueri, de Barueri, na Grande São Paulo, é um clube que recém começa a fazer história. Apesar de muito jovem, foi fundado em 26 de Março de 1989, está surpreendendo a tudo e a todos com sua rápida ascensão no futebol brasileiro. Em apenas sete anos no futebol profissional já conquistou seis acessos, inclusive para participar da 1ª divisão do campeonato paulista e da Série A do brasileiro.

No ano de 2000, em parceria com a iniciativa privada, o Grêmio Barueri iniciou sua caminhada no futebol. Disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão - categoria Juniores - tendo se sagrado vice-campeão.

Em 2001 fez uma parceria com o Roma, jogando e vencendo a Copa São Paulo de Futebol Júnior, numa final memorável em que derrotou o São Paulo F.C. A expressão da conquista tornou inevitável o ingresso no futebol profissional. E de imediato o clube disputou a Série B-3 (sexta divisão) do Campeonato Paulista de Futebol, terminando em 14°. Em 2002, jogou de novo a B-3 e conseguiu acesso para B-2. Em 2003, subiu para a B-1 e em 2004 chegou a Divisão A-3.

Em 2005 foi campeão da A-3 e subiu para A-2. No ano seguinte, ao golear o Sertãozinho por 4 X 1 no antigo Estádio Municipal Orlando Baptista Novelli (hoje o Barueri manda suas partidas na Arena Barueri) sagrou-se campeão da A-2 e assegurou o direito de disputar a primeira divisão do Campeonato Paulista de Futebol de 2008. E não deu outra, no primeiro ano entre os grandes foi campeão do Torneio do Interior.

Em 2006, o Grêmio Barueri disputou o Campeonato Brasileiro da Série C e conseguiu acesso para a Série B do Nacional. E agora o clube consegue a façanha de garantir uma vaga para o Campeonato Brasileiro da Série A do ano que vem, ao derrotar no último sábado (22) o América de Natal por 3 X 0. Quem pensa que o Barueri não pode formar uma grande equipe para 2009, está enganado. Dinheiro, não vai faltar. Os patrocinadores oficiais são fortes: Amil, Embratel e Ibi. O material esportivo é fornecido pela Canxa. E ainda tem o apoio da Gatorade.

O novo estádio da cidade de Barueri, denominado Arena Barueri pertence à Prefeitura Municipal, mas foi cedido em comodato para a Organização Não Governamental (ONG) Grêmio Recreativo Barueri. A construção é nova, o velho Estádio Orlando Baptista Novelli foi demolido. A Arena Barueri ainda não está concluída, mas já atende as exigências da FIFA.

O estádio pode receber 15 mil pessoas, mas em breve a capacidade estará aumentada para 20 mil. A previsão é que até o fim do ano que vem a obra esteja pronta com capacidade total para 40 mil torcedores. E também as obras adicionais de estacionamento e acessos. Depois de concluída a arena será de multiuso e uma das mais modernas do Brasil, podendo receber jogos da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil.

O Mascote do clube é uma abelha e foi criado pelo publicitário Felipe Nani, que integra a equipe de Marketing do Barueri. A idéia da abelha é expressar simplicidade, trabalho em equipe, força em conjunto e produção de riqueza. (Pesquisa: Nilo Dias)

Torcida do Barueri foi importante na campanha da Série B (Foto: Acervo do C.R. Barueri)
Uma das formações do Santo André na década de 1970 (Foto: Acervo do E.C. Santo André)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Arthur Dallegrave, 57 anos de amor ao Internacional

Morreu ontem (17), Arthur Dallegrave, um dos mais importantes dirigentes de toda a história do S.C. Internacional de Porto Alegre, aos 78 anos de idade (11-04-1930), 57 deles dedicados ao futebol. O ex-presidente colorado sofria de problemas na bexiga e por isso estava internado no Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRGS). Na semana passada sofreu intervenção cirúrgica. Ontem após sofrer três paradas cardíacas, não resistiu. O corpo, coberto com uma bandeira do Internacional foi velado no Salão Nobre do Estádio Beira-Rio e sepultado hoje às 14 horas no Cemitério São Miguel e Almas na capital gaucha.

O dirigente era casado com Clara Eulália Maciel Dallegrave e deixou os filhos Arthur Júnior, Cylene, Giovanna e Bianca. Na sua vida profissional, foi sócio gerente da Loja Senador Moda Masculina, de 1957 a 1989, e sócio gerente da Garagem Dallegrave, de 1967 até novembro de 2008.

Dallegrave era muito querido por todos, torcedores do Internacional, ou não. Em seu velório, além dos familiares e amigos mais íntimos, personalidades do mundo político também se fizeram presentes, como a deputada federal Manuela D'Ávila, que é colorada, e vereadores de Porto Alegre. O clube rival, Grêmio, enviou uma coroa azul e branca, colocada em meio a um mar de flores vermelhas. No seu site oficial, o Grêmio divulgou uma nota de pesar pela morte do ex-presidente do Inter. No Estádio Olímpico a bandeira do clube, comemorativa aos 25 anos do primeiro título da Copa Libertadores, foi hasteada a meio-mastro.

Arthur Dallegrave, que ingressou no futebol em 1948, como presidente do Fluminense F.C., clube amador do bairro Bonfim deixa uma história de grande dedicação ao Internacional de quem era sócio desde 1947. Em 1950, com apenas 20 anos de idade ingressou no Conselho Deliberativo, na gestão do ex-presidente Ephraim Pinheiro Cabral. Neste mesmo ano, assistiu de perto aos jogos da Copa do Mundo sediados no Estádio dos Eucaliptos.

Na década de 1960 trabalhou nas categorias de base e depois teve intensa participação na construção do Estádio Beira Rio, como membro do Comitê de Construção.

Foi presidente colorado nos anos de 1982 e 1983, período em que foram conquistados dois títulos de campeão gaúcho. Depois, por diversas vezes ocupou a vice-presidência de futebol do clube, inclusive ao lado do então presidente Frederico Arnaldo Ballvé, no histórico octacampeonato gaúcho do Inter, de 1969 a 1976.

Mais recentemente, foi primeiro vice-presidente na gestão de Fernando Carvalho, tendo sido nome importante nas conquistas da Copa Libertadores da América e Mundial FIFA, em 2006. Atualmente era o presidente da comissão de festejos do centenário do Internacional, a ser comemorado no ano que vem.

Nos 57 anos que dedicou ao Internacional, Dallegrave participou ativamente de vários momentos inesquecíveis do clube, desde os tempos do velho estádio dos Eucaliptos. Viu o “Rolo Compressor” dar show, vibrou com as jogadas do grande Tesourinha, assistiu o time de ouro encantar o Brasil com três conquistas nacionais. Ajudou a levantar taças junto de craques como Falcão, Lula, Carpegiani, Batista, Manga, Flávio Minuano, Figueroa, Marinho, Dadá Maravilha, Mário Sérgio, entre outros, sob o comando de Rubens Minelli.

E depois o título invicto de 1979, único até hoje no Brasil, com a liderança do saudoso Ênio Andrade. No site do Inter uma frase de Dallegrave sobre esse histórico feito, tem lugar de destaque: “Ouso dizer que jamais outro clube do país conquistará um campeonato de tal forma”. Ele também esteve no Morumbi e no Beira Rio quando o time ganhou a Libertadores, e no Japão, no maior feito de toda a história colorada.

Nem nos momentos difíceis que enfrentou nos seus últimos dias, Dallegrave deixou de lembrar o Internacional. Ele acompanhava tudo, mesmo à distância. O dirigente Fernando Carvalho conta que após a vitória sobre o Boca Juniors, na Bombonera, pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana, Dallegrave ligou do hospital para mandar um abraço, o que emocionou a todos que ainda estavam no vestiário comemorando o grande feito.

O presidente Vitorio Piffero, do S.C. Internacional fez um pronunciamento oficial sobre a perda: “Está de luto a nação colorada. Arthur Dallegrave era um homem que dedicou a sua vida ao Internacional. Que ajudou o clube a chegar onde está”.

Arthur Dallegrave era um daqueles dirigentes que quase não existem mais e que foram responsáveis diretos por grandes momentos da dupla Gre-Nal. Esses homens viviam os seus clubes de maneira intensa, o tempo todo e se responsabilizavam por compromissos financeiros. E o mais importante, se respeitavam mutuamente, mesmo não esquecendo a “flauta” com os rivais. Exemplo disso era quando perguntavam a Dallegrave se alguém da sua família torcia pelo Grêmio, ele respondia com bom humor: “Graças a Deus, ninguém nunca derrapou na família Dallegrave”. (Pesquisa: Nilo Dias)

Dallegrave ao lado de Figueroa. (Foto: Site oficial do S.C. Internacional)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Brasília ganha um novo estádio

Nesta quarta-feira (19) a Seleção Brasileira de Futebol fará seu último jogo do ano, enfrentando amistosamente a Seleção de Portugal, na festa de inauguração do novo Estádio Walmir Campelo Bezerra, o “Bezerrão”, na cidade-satélite do Gama, no Distrito Federal. Craques como Robinho, Cristiano Ronaldo, Kaká,Adriano e Deco, entre outros vão jogar num estádio novinho em folha, que segue as normas mais modernas da Fifa. A capacidade do estádio é para 20 mil pessoas sentadas em cadeiras numeradas, instaladas com certa distância uma da outra, para que não haja tumulto. Os torcedores terão uma visão completa do campo, descartando a existência de pontos cegos.

O entusiasmo dos brasilienses com o novo estádio é tão grande, que pode ser medido pelas palavras do presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Fábio Simão: “os jogadores vão se sentir como se estivessem jogando na Europa”. O jogo vai começar às 22 horas. O trio de árbitros é uruguaio, Jorge Larrionda no apito, auxiliado por Walter Rial e Pablo Fandiño. O quarto árbitro será o brasileiro Milton Otaviano dos Santos. A partida terá transmissão ao vivo pela Rede Globo e SporTV.

O GDF vai gastar R$ 12 milhões com o evento, R$ 9 milhões para trazer as seleções Brasileira e de Portugal e mais R$ 3 milhões com a estrutura e organização da festa. Vai ter queima de fogos e enfeites espalhados por toda a cidade para acompanhar o trajeto dos jogadores até o estádio. Momento que os vizinhos da nova atração do Gama esperam ansiosos. A programação das festividades do Bezerrão começou no último sábado (15), com a Missa inaugural presidida por D. João Braz de Aviz, Arcebispo de Brasília e co-celebrada pelo Padre do Setor VII do Gama e Santa Maria. O evento teve a apresentação de Zizza Fernandes e Dalvimar Gallo.

Hoje (17), foi a vez dos evangélicos que celebraram um culto de ação de graças pelo pastor Gean Porto e shows com o pastor Egmar e os cantores Valdirene e Sanny, além das bandas "Passageiros de Cristo" e "Trazendo a Arca". Na quarta-feira haverá shows do lado de fora do estádio, onde também serão colocados telões para transmissão do jogo. As celebridades Felipe Massa, Romário e Pelé,que dará o pontapé inicial já confirmaram presença no evento. O Hino Nacional Brasileiro será interpretado pelo cantor Zezé di Camargo , e o de Portugal pela cantora Eugénia Melo de Castro.

A Seleção Brasileira chegou hoje (17) em Brasília e está hospedada no Alvorada Park Hotel (antigo Blue Tree). Amanhã (18) haverá treinamento, às 16h15min, no “Bezerrão”. A venda de ingressos para o amistoso começou no dia 13 de novembro, com os seguintes valores: arquibancada entre R$ 180 e R$ 250; meia-entrada, de R$ 90 a R$ 125 e cobertura R$ 200, o que faz prever que o estádio não terá lotação completa. Cerca de 1.500 ingressos foram sorteados entre os moradores do Gama, no domingo 16, frente o estacionamento do estádio. Para concorrer as pessoas levaram 1kg de alimentos não perecíveis. Outros quinhentos ingressos foram distribuídos entre os operários que trabalharam nas obras e mais 7.360 para convidados do GDF e patrocinadores.

A Administração do Gama convocou o Programa Cidade Limpa para realizar uma faxina geral na cidade. Forame feitos trabalhos de podagem, roçagem, limpeza de entulhos e tapa buracos ao redor do estádio e nas avenidas principais.

O nome do estádio é uma homenagem a Antônio Walmir Campelo Bezerra, que foi o administrador do Gama durante a primeira construção. O velho estádio foi inaugurado em 9 de outubro de 1977, com o jogo Gama 1 X 2 Botafogo (RJ). O atacante Gil, do time carioca anotou o primeiro gol. O público recorde, 14.740 pessoas foi no jogo Guará 2 X 1 Gama, disputado no dia 15 de abril de 1979.

O “Bezerrão” começou a ser demolido no fim de 2005. Da arquitetura original, sobrou apenas parte da arquibancada norte, que será usada para comportar eventos de grande porte, como shows a céu aberto, mas ficará no lado de fora do estádio, já que novas arquibancadas foram erguidas. A idéia é de que o novo estádio receba apenas jogos de futebol.

Todos os itens do processo estão de acordo com as normas do Estatuto do Torcedor, do Regulamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para campeonatos de primeira divisão e das recomendações da Federação Internacional de Futebol (FIFA) para estádios de futebol. O "Bezerrão" foi construído seguindo o caderno de encargos da Fifa. Por exemplo: o alambrado balança, não é duro. Pode parecer que é ruim isso, mas é o recomendado para caso haja confusão, pois ele dobra e não machuca as pessoas.
O garoto-propaganda do novo estádio é Romário. Em um comercial exibido em Brasília, o "Baixinho", de camisa verde, passeia pelo estádio e aprova: "Logo agora que eu parei de jogar é construído um estádio como este..."

A iluminação instalada no “Bezerrão” tem 242 pontos de luz. Além disso, conta com cabines de transmissão climatizadas (quatro para televisão e oito para rádio), vestiários espaçosos e banheiras de hidromassagem. A partir de uma sala é possível monitorar cada ângulo do estádio: 104 câmeras vão garantir a segurança fora e dentro do estádio. O “Bezerrão” conta ainda com moderno placar eletrônico, catracas, sistemas de drenagem e irrigação, sala de musculação para os atletas, sala para entrevistas coletivas, dois camarotes (um foi reservado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no entanto não irá ao jogo), dois elevadores e 200 lugares para pessoas com deficiência de locomoção.

O gramado mede 105 m x 68 m, em uma área interna de 128 m x 81 m. A grama escolhida foi a Bermuda Tifton 419, que é usada também no Mané Garrincha. A irrigação é computadorizada. O gramado anterior media 100 m x 75 m. Quem for de carro aos jogos não encontrará problemas: serão oito mil vagas de estacionamento.

A capacidade do estádio é para 20 mil pessoas. As Arquibancadas Norte e Sul têm capacidade para três mil lugares cada uma, a Leste seis mil e a Oeste para oito mil lugares. As quatro arquibancadas dispõem de banheiros e bares na parte de baixo, além de um anfiteatro, vestiários, acomodações para a Federação, sala dos juízes, sala de médicos e sala de imprensa. Atrás da arquibancada (parte externa) foi construído um galpão para ensaios e apresentações da Escola de Samba da Mocidade do Gama.de um anfiteatro e dos vestiários, haverá acomodações para a federação, sala dos juízes, sala de antidopping, sala de médicos e sala de imprensa.

Os moradores do Gama ainda serão beneficiados com uma Vila Olímpica em construção ao lado do estádio. A unidade terá duas piscinas semi-olímpicas, sendo uma infantil, ginásio coberto, quadra poliesportiva coberta, campo society, quadras de tênis e de vôlei de areia, pista de skate, playground e um prédio administrativo com auditório. Para freqüentar as atividades oferecidas pela Vila Olímpica, a criança ou adolescente terá que estar regularmente matriculado em alguma escola e ter boas notas. Todos os alunos serão acompanhados por equipe multidisciplinar composta por pedagogos, psicólogos e assistentes sociais.

No novo “Bezerrão”, que pertence ao Governo do Distrito Federal (GDF) e será utilizado pela Sociedade Esportiva do Gama foram gastos R$ 60 milhões. O estádio é um exemplo de construção para todo o Brasil. O Engenhão, por exemplo, custou R$ 500 milhões, e não se compara a este. O projeto inicial do arquiteto Ruy Ohtake previa duas pétalas e capacidade para 40 mil pessoas. Como o custo da obra ficaria alto demais a capacidade foi reduzida para vinte mil torcedores, podendo ser ampliado futuramente. A expectativa é de que o estádio venha receber treinos de seleções durante a Copa do Mundo e servir de exemplo para o projeto maior que será o Mané Garrincha.

O projeto de reformulação do estádio Mané Garrincha é o grande trunfo de Brasília na luta para sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014. Mas se o jogo inicial da competição for para outra praça, o planejamento da capital federal pode sofrer uma alteração drástica.

No seminário de apresentação das cidades candidatas, Brasília apresentou como alternativa apenas a remodelação do Mané Garrincha, mas a idéia é implodir o estádio e substituí-lo por uma arena multiuso nos moldes dos principais estádios europeus, com 63 mil lugares e custo de R$ 300 milhões, podendo receber outros eventos, como shows. A Fifa exige uma capacidade mínima de 60 mil espectadores para abrigar a abertura ou a decisão de uma Copa.

O projeto do novo Mané Garrincha conta ainda com lojas, área de convivência, restaurantes e um transporte sobre trilhos para ligar o estádio diretamente com o aeroporto. Mas tudo isso depende do jogo político que vai se desenrolar até a definição do palco da abertura. Caso o primeiro jogo da Copa de 2014 seja confirmado para Belo Horizonte ou São Paulo, outras cidades candidatas, Brasília já admite rever seu projeto, podendo levar suas partidas do Mundial para o estádio “Bezerrão”. Se isso ocorrer, o estádio terá que passar por novas intervenções, pois a FIFA exige um mínimo de 40 mil espectadores para jogos de Copa do Mundo.

Diante dessas duas opções, o governador de Brasília, José Roberto Arruda, preferiu adotar postura reticente antes de dizer qualquer coisa, pois ainda é muito cedo para conclusões. Por enquanto foi aberta concorrência internacional e as grandes empresas do mundo estão analisando o projeto de implosão do Mané Garrincha.

A proposta de Brasília para a remodelação de seu maior estádio é baseada no que aconteceu com outras arenas visitadas pelo governador José Arruda, que esteve em Wembley e Lisboa e concluiu que o conceito de praça de eventos multiuso hoje é diferente do que existia há 30 anos. Caso o projeto do Mané Garrincha encontre investidores, pode ser tocado independentemente da sede da decisão. Se isso acontecer, o “Bezerrão” será oferecido como estádio para treinos das seleções que disputarão a Copa. (Pesquisa: Nilo Dias)



Fachada e interior do novo "Bezerrão" (Fotos: George Gianni e Mary Leal)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Avaí, enfim o retorno a Série A

O atacante Evando que marcou o gol da vitória do Avaí sobre o Brasiliense na noite da última terça-feira (11), no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, entrou definitivamente para a história do clube do coração do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga. Depois de 29 anos o alvi-azul catarinense volta a Divisão Principal do futebol brasileiro. A última vez que o clube participou da Série A foi no distante ano de 1979 quando Guga, nascido em 1976 tinha apenas três anos de idade. Ates disso, o clube havia participado do principal campeonato do país em 1974, 1976 e 1977.

O clube começou a nascer na casa do comerciante Amadeu Horn, um desportista que ainda sentia saudade do Club de Remo Riachuelo, seu time de coração que não existia mais. Foi em homenagem ao extinto alvi-azul, que ele doou um jogo de camisetas listradas em azul e branco, calções e meias azuis, uma bola e chuteiras para que um grupo de garotos que jogavam futebol em um campo improvisado e esburacado na rua Frei Caneca, no bairro Pedra Grande (atual Agronômica), pudessem se organizar melhor.

Interessado em ajudar a garotada, Amadeu resolveu entrar de corpo e alma na empreitada. Convocou uma reunião para a manhã de 1º de setembro de 1923, um sábado, em sua própria casa, para fundar de maneira oficial o Independência Foot-Ball Club, nome já usado pelos garotos em dois jogos disputados. Como não poderia ser diferente, Amadeu foi escolhido para primeiro presidente. Quando a reunião se encaminhava para o final chegou o jovem Arnaldo Pinto de Oliveira que sugeriu a imediata troca de nome do time, pois achava que Independência seria um nome complicado para a torcida gritar em apoio ao time.

E o próprio Arnaldo, que estava lendo um livro sobre a história do Brasil foi quem sugeriu o nome Avahy, em referência à Batalha do Avahy, que foi aceito por unanimidade. Na reunião ainda ficou decidido que cada um dos atletas iria colaborar mensalmente com a quantia de 10 tostões. Começava aí a bonita história do então Avahy Foot-ball Club. Em 1937 a grafia foi mudada para Avaí Futebol Clube, que permanece até hoje.

O primeiro jogo do hoje Avaí aconteceu poucos dias antes da fundação oficial, no campo do Baú, e com o nome provisório de Independência. Pena é que os detalhes desse histórico acontecimento tenham se perdido no tempo. Do jogo se sabe apenas que o adversário foi o Humaitá, da localidade de Pedra Grande, precursor do Figueirense, e o Avaí o vencedor. Mas o escore e goleadores ninguém sabe, por isso permanece uma lamentável lacuna na história do clube, o desconhecimento do autor do primeiro gol.

Dias depois os dois times se enfrentaram novamente e o Avaí ganhou de novo, mas também não se tem detalhes do jogo. Foi a partir desses jogos que tomou força a idéia de ser fundado um clube realmente organizado.

Já consolidado como clube de futebol e contando com muitos torcedores, o Avahy juntou-se a outros clubes do Estado e foi um dos fundadores em 12 de abril de 1924 da Liga Santa Catarina de Desportos Terrestres (LSCDT), antecessora da atual Federação Catarinense de Futebol (FCF). Nesse mesmo ano a Liga promoveu o 1º Campeonato Catarinense de Futebol, com o Avahy conquistando o título e se tornando o primeiro clube campeão estadual de Santa Catarina. O time base era: Boos – Loureiro e Zequinha – Zanzibar - Waldemar e Joel – Acioly – Maciel – Mambrini - Aroldo e Carlos Pires.

Os jogos dos primeiros campeonatos foram disputados no campo do Gymnásio Catharinense (atual Colégio Catarinense). A partir de 1937, os times de Florianópolis passaram a mandar seus jogos no Estádio Adolfo Konder, adquirido pelo governo do Estado, na gestão do governador Nereu Ramos, e doado a LSCDT. Em 1973, graças a um projeto de lei do então deputado Fernando José Caldeira Bastos (que presidiu o Avaí por duas vezes) e que foi sancionado pelo governador Colombo Salles, o estádio passou a ser propriedade do Avai.

O grande craque Pelé jogou uma única partida no antigo Estádio Adolfo Konder. Foi no dia 31 de março de 1971, num amistoso contra o Avaí. O jogo, que registrou o recorde de público do estádio com 19.985 pessoas, terminou com a vitória do time paulista por 2 X 1.

O Estádio Adolfo Konder serviu ao Avaí até o ano de 1983, quando foi aposentado. O novo Estádio Aderbal Ramos da Silva, popularmente chamado de Ressacada, foi inaugurado no dia 15 de novembro de 1983, num jogo em que o Avaí levou 6 X 1 do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. O jogador vascaíno Wilson Tadei entrou para a história ao marcar o primeiro gol no novo estádio.

O Avaí é detentor de um feito histórico nacionalmente e registrado no Guiness Book, o livro dos recordes: é o responsável pela segunda maior goleada em jogos oficiais ocorrida no futebol brasileiro em todos os tempos, recorde que depois foi igualado pelo Náutico de Pernambuco. A maior foi Botafogo 24 X 0 Mangueira, pelo campeonato carioca de 1909. Na década de 40 o Avaí montou uma das melhores equipes que o futebol catarinense conheceu e que a imprensa do Estado chamava de “Esquadrão Azurra”, uma referência à seleção italiana, bicampeã do mundo, 1934 e 1938.

O time era realmente fantástico: Adolfinho – Fateco e Tavinho – Felipinho – Chocolate e Aldo Nunes – Zachi – Nizeta – Bráulio - Tião e Saul. A torcida exigia que além de ganhar, o time tinha que dar espetáculo e golear os adversários. No dia 13 de maio de 1945 o Avaí aplicou incríveis 21 X 3 no Paula Ramos. No dia 1º de julho de 1945 o Náutico aplicou o mesmo placar no Flamengo pernambucano, igualando a marca do Avaí.

A maior goleada no clássico contra o Figueirense aconteceu no dia 20 de fevereiro de 1938, quando o Avaí aplicou 11 X 2 no tradicional adversário. Esse jogo também marcou a estréia de Saul, atacante alvi-azul, que até hoje é o maior artilheiro do clássico, com 41 gols em 45 jogos, atuando sempre pelo Avaí. O primeiro jogo entre os dois rivais foi um amistoso disputado em 13 de Abril de 1924, no Estádio Adolpho Konder, vencido pelo Figueirense por 4 X 3.

Em 1973 o Avaí fez sua primeira excursão internacional com jogos no Uruguai e Argentina: 3 X 3, contra o Peñarol, novo 3 X 3 com o Velez Sarsfield e 2 X 2 com o Argentino Juniors. Em 1974, o Avaí voltou à Argentina para disputar a “Taça Atlântida”, em Rosário, quando perdeu para o Newll's Old Boys por 3 X 0. Em 1976, o Avaí realizou a sua maior excursão internacional, jogando em quatro países: México, El Salvador, Costa Rica e Chile, contabilizando três vitórias, quatro empates e uma derrota.

O mascote do clube é um leão, oficiliazado depois de uma enquete realizada entre os associados e torcedores. Quem redesenhou o personagem foi o cartunista Alexandre Beck, em parceria com o Departamento de Marketing do clube. Foram apresentadas cinco opções de mascotes para a torcida e o leão vencedor foi aprovado com 28% dos votos. O leão será utilizado nas campanhas oficiais do clube e também nos produtos licenciados. O próximo passo será a realização de um concurso para definir o nome do Leão, que futuramente estará nos gramados da Ressacada para animar os torcedores. (Pesquisa: Nilo Dias)