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sábado, 26 de setembro de 2009

Árbitros ou sopradores de lata (Final)

Antes do segundo jogo das finais da Copa do Brasil, o vice-presidente de futebol Fernando Carvalho apresentou a imprensa um dossiê mostrando em vídeos, o favorecimento das arbitragens ao Corinthians. Todas as imagens exibidas foram extraídas de programas esportivos. A apresentação, que foi acompanhada por dezenas de jornalistas, começou com a exibição do pênalti sofrido por Tinga, no Pacaembu, no Brasileirão de 2005. Naquela oportunidade, o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marcou a penalidade e ainda expulsou o jogador colorado por suposta simulação.

Somado ao escândalo da arbitragem no campeonato daquele ano, que motivou a anulação do resultado de diversas partidas, o equívoco foi extremamente danoso ao Internacional, que acabou ficando com o vice-campeonato. Depois, o dossiê se ocupou com a Copa do Brasil, quando uma série de erros de arbitragem facilitaram a chegada do clube paulista ao título.

Destaque para o jogo contra o Atlético Paranaense, disputado dia 29 de abril na Arena da Baixada, em que o Corinthians foi beneficiado com dois pênaltis inexistentes marcados pelo juiz Nielson Nogueira Dias (PE). O time curitibano vencia por 3 X 0, mas a vantagem foi diminuída para 3 X 2 graças aos erros do árbitro, que também deixou de marcar um pênalti em favor do Atlético.

A apresentação também trouxe à tona a segunda partida da semifinal, dia 3 de junho contra o Vasco da Gama, na qual o juiz Leonardo Gaciba (Fifa-RS) deixou de marcar um pênalti claro para a equipe carioca. O resultado de 0 X 0 no Pacaembu acabou servindo ao Corinthians, que avançou à final. Para encerrar o dossiê, foram mostrados vários lances do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, no Pacaembu. A começar pela falta que originou o segundo gol do Corinthians, que foi claramente cobrada com a bola em movimento, sob o olhar complacente do árbitro paranaense, Heber Rodrigues Lopes, do quadro da FIFA.

Todas as imagens foram exibidas com o áudio original, no qual os comentaristas reiteravam o erro cometido pelo árbitro. A seguir, foi mostrado o pênalti sofrido por Alecsandro, quando o placar ainda estava 0 X 0. Além de um impedimento mal marcado de Taison, a edição também destacou as sucessivas faltas cometidas por Elias, Jorge Henrique e Chicão, que nem sequer receberam cartão amarelo.

No jogo Corinthians 3 X 3 Botafogo, dia 23 de agosto, válido pela 21ª rodada o juiz aspirante ao quadro da Fifa, Arilson Bispo da Anunciação (BA) validou um gol do Botafogo em que André Lima usou a mão para tocar a bola para as redes. Além disso, assinalou um pênalti e uma falta que resultaram em gols do Corinthians. Por causa desses erros o árbitro foi suspenso pela Comissão de Arbitragem da CBF por tempo indeterminado.

Apenas para ilustrar este trabalho, alguns dos maiores erros de arbitragem já verificados no futebol brasileiro nos últimos anos, além dos já citados acima.

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistão). O zagueiro César, da Portuguesa, interceptou a bola com o peito, mas o juiz Javier Castrilli viu toque de mão e marcou pênalti. O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio.

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileirão). Foram inúmeros erros. Um gol do santista Túlio foi anulado. O juiz Márcio de Freitas não viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a mão, lance convertido em gol por Marcelo Passos. Ele também anulou, com um impedimento inexistente, o gol de Camanducaia que daria a vitória ao Santos.

Grêmio x Flamengo - 1982 (Brasileirão). O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a mão. O juiz Oscar Scolfaro não deu o pênalti.

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistão). O juiz Armando Marques encerrou a cobrança de pênaltis antes de todos os lances serem cobrados. Os Santos foi declarado campeão. A Federação Paulista “consertou o erro” dividindo o título entre as equipes.

Palmeiras x São Paulo - 1971 (Paulistão). O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeça do atacante palmeirense Leivinha, alegando toque de mão. Seu time perdeu a partida por 1 a 0. (Texto extraído do site GUIA DE CURIOSIDADES).

Ainda com relação ao Corinthians, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) investigou possível tentativa de manipulação de resultados no Brasileiro de 2006, temporada na qual o “Timão” correu risco de rebaixamento. A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal, que não concedeu mais detalhes, mas avisou que nas escutas realizadas para desvendar a parceria entre o Corinthians e a empresa MSI houve conversas sobre manipulação de resultados. Tudo acabou em pizza.

Em 1997, gravações pegaram o presidente corintiano oferecendo o que seria dinheiro ao então chefe da arbitragem brasileira, Ivens Mendes. O STJD, logo depois, puniu Dualib com dois anos de suspensão, nunca cumprido por conta de recursos.

No ano passado o site Globoespoerte fez um minucioso levantamento de como seria a classificação do Brasileirão sem os erros de arbitragem. Para tanto foi feita uma pesquisa em busca de erros decisivos de arbitragem, e que fizeram diferença no placar. Esta análise mostrou que se os árbitros não errassem, a tabela do campeonato sofreria muitas mudanças. De 340 confrontos, 29 mudaram de resultado. A equipe mais beneficiada com os erros foi a do São Paulo, que se sagrou campeão, e a mais prejudicada, a do Fluminense, que escapou do rebaixamento nas últimas rodadas. (Pesquisa: Nilo Dias)

Dirigente Fernando Carvalho, do Internacional denunciou favorecimento ao Corinthians.