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terça-feira, 3 de julho de 2012

Morreu o padre que abençoava o Flamengo

Morreu na segunda-feira (2), o padre José Benedito Reis Filho, o “Bené”, um dos mais ardorosos torcedores do C.R. Flamengo, do Rio de Janeiro. Há alguns meses o pároco lutava contra o câncer. Internado no Hospital Quinta D'Or, na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio de Janeiro, fez uma cirurgia e apresentou problemas cardiovasculares.

O velório e a Missa de Corpo Presente estão previstos para as 15h de hoje, terça-feira, na Igreja de Santo Cristo, onde era Pároco. O enterro está marcado para as 17h, no Cemitério do Caju. O Flamengo enviou uma bandeira oficial para a cerimônia.

Padre Benedito ficou conhecido por abençoar o time profissional do Flamengo no Dia de São Judas Tadeu, padroeiro do clube e também por benzer jogadores, por exemplo, quando estavam em má fase ou em situação próxima ao rebaixamento. O religioso costumava usar uma camisa do rubro-negro, por baixo da batina. O Flamengo divulgou uma nota oficial lamentando o ocorrido.

Foram muitos os momentos em que padre Benedito visitou o clube para levar uma palavra de incentivo, como ocorreu em 2010, quando o time fazia campanha ruim no Campeonato Brasileiro. O Flamengo decidiu apelar para a fé e os jogadores receberam a visita do padre, ao final de um treino. O religioso abençoou atletas, jornalistas e o gramado da Gávea e deu entrevista coletiva, quando disse que os jogadores o receberam muito bem e ficaram felizes com a bênção. Disse que já era conhecido, uma “figurinha fácil na Gávea".

Ainda em 2010, quando o atacante Deivid foi contratado, o pároco foi ao CT de Vargem Grande deixar sua benção. O atleta recebeu uma bênção especial e agradeceu o apoio do religioso. O treinador na época era Silas, de fé protestante, mas aceitou a presença do representante da Igreja Católica no clube. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo. É respeitar o direito do outro. No São Paulo, o time ia para Aparecida do Norte e eu ia também. Sempre respeitei e fui respeitado”, disse o profissional.

Bené, como era chamado carinhosamente pelos mais próximos, foi pároco durante 15 anos no Cosme Velho, na Paróquia São Judas Tadeu, padroeiro do Flamengo e santo das causas impossíveis. Benedito, porém, foi transferido para a igreja de Santo Cristo dos Milagres, no Bairro de Santo Cristo, na zona portuária do Rio, mas sempre era convocado para benzer a Gávea. (Pesquisa: Nilo Dias)

Padre Benedito era o símbolo maior da fé rubro-negra.