Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A força das sociedades negras

Em três cidades gaúchas foram criadas ligas de futebol exclusivas para negros: em Porto Alegre a Liga Nacional de Futebol, pejorativamente chamada de Liga da Canela Preta; em Pelotas, a Liga José do Patrocínio e em Rio Grande a Liga Esportiva Rio Branco.

Mas o que chama a atenção foi a existência de entidades voltadas somente para indivíduos negros em Novo Hamburgo, município com população de origem alemã e em Caxias do Sul, de descendência italiana.

O Sport Club Cruzeiro do Sul foi fundado em 18 de outubro de 1922, por um grupo de amigos que se reuniu ao ar livre, frente ao salão do senhor Alfredo Quadros, no bairro África, atual bairro Guarani, em Novo Hamburgo, na época distrito de São Leopoldo. O nome do clube, segundo se sabe, foi inspirado na noite límpida de luar admirável, quando da reunião.

Os desportistas fundadores do time de futebol, conforme consta em ata, foram João Teles, Casiano Teles, Álvaro Pacheco, João de Deus, Valdemar Rodrigues, Guilherme Paz, Adão Lozada e Alfredo de Quadros.

O bairro do África era também o berço do Bloco Carnavalesco “Os Leões”, cujos integrantes, na maioria negros, se integraram ao Sport Club Cruzeiro do Sul. “Os Leões”, durante o Carnaval costumavam desfilar pela Avenida Pedro Adams Filho. Não demorou para que as duas entidades se fundissem, para garantir um melhor aproveitamento do espaço existente.

Foi assim que surgiu a Associação Esportiva, Beneficente e Cultural Sociedade Cruzeiro do Sul, que a partir de então passou a ser a responsável pela maioria das atividades de cunho recreativo e social, organizadas pelos negros de Novo Hamburgo e proximidades. A nova entidade passou a ter no estandarte a figura de um leão, entrelaçado com a constelação do Cruzeiro do Sul.

Campeonatos de futebol foram organizados e deles participavam negros vindos de outras cidades, como Alegrete, Pelotas e Montenegro. Os jogos geralmente aconteciam em terras da família Malaquias Oliveira, localizadas onde hoje fica o bairro Rincão. Após os jogos as famílias negras iam se banhar em um arroio que corria próximo ao campo de futebol.

Antes da construção da sede, ocorrida nos anos 40, os integrantes da sociedade costumavam organizar festividades voltadas às datas relevantes para a comunidade negra local, como o “13 de Maio” e “7 de Setembro”,  cuja mobilização revertia em bailes, almoços e piqueniques comemorativos.


já as atividades como bailes, casamentos, chás, almoços, entre outros eram realizados em locais alugados pelos responsáveis pela associação, já que a construção da sede do clube se tornaria realidade somente muitos anos mais tarde, após uma soma de contínuos esforços por parte dos integrantes do clube desde a sua fundação.

Depois que a sede social foi erguida, nela se realizaram muitas festas, entre as quais os bailes de debutantes, que contava com a participação de jovens que eram apresentadas à sociedade, e também os da escolha da Rainha da Cruzeiro do Sul, das 24 Estrelas e das Rosas, sendo este uma noite de gala.

Nesses encontros sociais vinham famílias de outras localidades, como São Sebastião do Caí, São Leopoldo e Canoas, entre outras. A sede da sociedade servia para as famílias negras de Novo Hamburgo e arredores comemorarem casamentos, batizados e aniversários, realizarem almoços de confraternização e ainda como espaço de discussão e de lazer.

O auge da Sociedade Cruzeiro do Sul ocorreu num período em que não era fácil a convivência entre negros e brancos, em uma cidade predominantemente de origem alemã, em que até os lugares no cinema local eram separados. No Guarani, tinha platéia em baixo e em cima. Conta a história que um negro chamado Arnaldo, irmão de Malaquias, dono das terras onde o time jogava, foi o primeiro a sentar na platéia.

Tudo isso ficou para trás. Hoje Novo Hamburgo comporta em sua história o papel significativo de pessoas negras que participam ativamente da vida da cidade, mostrando que em “terras germânicas”, negros atuam como sujeitos históricos capazes de reivindicar, elaborar táticas, demarcar espaços e concretizar sonhos. 

A Sociedade Sport Club Cruzeiro do Sul existe até hoje, mas apenas como uma entidade carnavalesca, a mais antiga de Novo Hamburgo. Foi campeã do Carnaval da cidade nos anos de 1999, 2003, 2004, 2005, 2011, 2012 e 2014. Em Estância Velha ganhou o concurso em 2009.

Em Caxias do Sul existiu o Clube Gaúcho, nascido num tempo em que os negros eram proibidos de frequentar qualquer entidade social da cidade. Os porteiros não os deixavam entrar, só brancos. E isso acontecia desde décadas anteriores.

O racismo era tão latente, que um jornal da cidade, o “5 de Abril”, em sua edição de 6 de março de 1936, publicou uma nota em que os individuos negros pleiteavam espaços próprios nos cinemas, onde também não lhes era permitida a entrada.

Toda essa situação motivou a população negra a fundar um clube social e esportivo. Foi assim que nasceu o Sport Club Gaúcho, no dia 23 de junho de 1934. O primeiro Estatuto já dizia que o clube destinava-se ao desenvolvimento físico de seus associados por meio do futebol e outros esportes, podendo ainda realizar em sua sede quermesses, bailes e outras diversões.

A primeira Diretoria foi constituída por Paulino Dias Belíssimo, João Moreira dos Santos, José Alves de Oliveira, Miguel Coelho, Theodoro Rosa, Jovino Antunes Pereira, Laudemiro Martins, Marcelino Martins, Luiz Raimundo da Silva e Antonio José dos Santos. Durante seus primeiros anos de existência, o Clube Gaúcho manteve duas diretorias: uma masculina e outra feminina.

O Gaúcho não foi a única associação negra da cidade, na época. Sabe-se da existência de outros clubes exclusivos para negros, como o “Eurico Lara”, “XV de Novembro” e “Margaridas”. Esse último, fundado em 1933 e provavelmente incorporado ao Clube Gaúcho.

A respeito dos outros clubes, “Eurico Lara” e “XV de Novembro”, as informações são poucas e não se sabe nem mesmo as datas de suas fundações.

O “Clube das Margaridas” era uma associação de “mulheres de cor”. Nenhuma documentação sobre a entidade foi encontrada. O pouco que se sabe sobre ela, provém de depoimentos. Acredita-se que “As Margaridas” tenha sido incorporada ao Gaúcho, porque uma de suas prováveis fundadoras, Regina Machado, em seguida apareceu como sócia do Clube Gaúcho.

O Clube Gaúcho tinha o seu time de futebol, mas não existem indícios de que em Caxias do Sul tenha sido formada uma liga especial para os times formados por negros. O clube participava de campeonatos varzeanos na cidade e ainda organizava campeonatos. Poucos títulos conquistou.

O jornal “O Bandeirante”, publicou em sua edição de 26 de outubro de 1935, uma nota em que se referia a um torneio “promovido pelo S. C. Gaúcho, que deverá realizar-se amanhã (27/10/1935), com a participação de “vários quadros locais”.

Em 1944, o Gaúcho promoveu o “Torneio Relâmpago”, patrocinado pela Liga de Defesa Nacional (LDN), com a participação dos seguintes times de várzea: Az de Ouro, Tupy, Americano, Internacional, Juvenil, Vera Cruz, Aimoré, Pombal, Botafogo, Vitória e o próprio Gaúcho. O clube ainda participou de vários campeonatos na cidade, muitos deles organizados pela Liga Caxiense de Futebol, fundada em 1936.

A atividade social na sede era muito intensa. Após os jogos, costumavam se realizar bailes, entre os quais o “Da Pelúcia”, quase sempre sob a responsabilidade das associadas. Também eram elas que se encarregavam da organização dos Bailes de Debutantes, Bailes de Gala e da decoração do salão de festas para essas ocasiões.

Ainda organizavam concursos de beleza, entre os quais “Rainha do Clube”, “Rainha do Carnaval”, “Rainha da Primavera” e outros. A escolha das rainhas era um atrativo a mais para os bailes realizados e durante muito tempo ajudaram nas finanças do Clube.

Era comum quando de dificuldades financeiras, eleger-se a Rainha através da venda de votos. Dessa forma, aquela que vendesse mais votos ganhava o título e o dinheiro ficava com o Clube.

Também cabia às mulheres a organização do bloco carnavalesco do clube. Em 1950, uma comissão de senhoritas percorreu a cidade a fim de angariar fundos para a formação de um cordão carnavalesco. Logo após, foi fundada a Escola de Samba “Os Protegidos da Princesa”.

No carnaval de 1960, o Gaúcho foi o clube que melhor se apresentou no desfile do Carnaval de rua de Caxias do Sul. Em 1962, aconteceu o primeiro concurso entre os blocos carnavalescos da cidade, numa promoção da Rádio Caxias e oficializado pela Prefeitura Municipal. O campeão foi o bloco “Os Protegidos da Princesa”.

A escola venceu todos os Carnavais na década de 1960. Em 1970 não desfilou. Voltou em 1971, não mais como escola de samba, sim como tribo carnavalesca. A partir daí o clube passou a ter uma participação inconstante no Carnaval de rua caxiense. Isso se explica pela economia destinada a construção de uma nova sede.

A primeira sede do Gaúcho foi no centro da cidade, na Rua Pinheiro Machado, 2369. No início do ano de 1950, mudou-se para outro local, na região conhecida como Zona Tupy.

Em 1966 deu início a construção de uma nova sede. A participação decisiva de casais de sócios, que conseguiram um empréstimo junto a Caixa Federal e se tornaram fiadores do Clube, permitiu a concretização do objetivo.

Em sua nova sede, na rua São José, o Gaúcho reservou lugar de destaque para a sua biblioteca, inaugurada em 1962. Nesse novo espaço foram realizados o Iº Encontro de Estudos Sócio Culturais de Integração Afro-Italiana, na década de 1970, e a Iª Semana do Negro, já nos anos 1980. O espaço também serviu para a realização de cursos de alfabetização e de corte e costura.

A história do Sport Club Gaúcho, mesmo tendo sido em certa época invisibilizado pela historiografia caxiense, teve papel importante na história da cidade. O Clube participou, de forma intensa, nos mais diversos setores da sociedade local, tanto através do futebol, quando estabeleceu laços de solidariedade com os demais clubes da cidade, o que possibilitou a integração junto aos brancos, descendentes de italianos, lusos e tantos outros.

O clube, apesar das dificuldades, principalmente financeiras, resistiu e até hoje promove os mais diversos eventos. Foi lá, na sede construída na década de 1970, na Rua São José, que foi eleita a Mais Bela Negra de Caxias do Sul, que acabou sendo eleita a mais bela do Rio Grande do Sul. (Pesquisa: Nilo Dias)


Foto do tempo em que a entidade praticava o futebol. (Fonte: www.efdeportes.com)

domingo, 25 de maio de 2014

Morre ex-artilheiro do Fluminense

Morreu hoje aos 54 anos de idade, o ex-jogador de futebol Washington César Santos, ou simplesmente Washington, centroavante que se destacou no Atlético Paranaense e Fluminense, do Rio de Janeiro.

Ele sofria de esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa e progressiva, a mesma que afeta o famoso físico e cosmólogo, Stephen Hawking. Washington foi encontrado morto em sua casa, em Curitiba.

Nos últimos meses, o ex-jogador era acompanhado diariamente por uma equipe médica, paga pela Unimed, patrocinadora do Fluminense. O Atlético Paranaense também ajudava financeiramente o seu ex-atleta, inclusive com campanhas de marketing.

Em 2009, quando de um jogo entre Fluminense X Atlético Paranaense, no Maracanã, o clube carioca organizou o "Washington Day", para levantar recursos destinados ao tratamento do ex-camisa 9. Sete urnas foram espalhadas pelo Maracanã para que os torcedores nelas colocassem suas contribuições.

Na ocasião o atacante Fred, destaque do time carioca, se mostrou solidário com o drama do antigo artilheiro. Ele fez o leilão de uma camisa autografada por ele e por Washington. A renda foi revertida para o ex-centroavante.

Washington nasceu na Cidade de Valença (BA), no dia 3 de janeiro de 1960. Começou a carreira no Galícia, de Salvador, tendo passado depois por Corinthians Paulista, Operário, Internacional, de Porto Alegre, Guarani, de Campinas, Fortaleza, Santa Cruz, entre outros. Mas alcançou sucesso no Atlético Paranaense e no Fluminense.

Em 1982 foi parar nas categorias de base do Atlético Paranaense, depois de uma troca que envolveu o lateral Augusto, negociado com o Internacional gaúcho. Foi quando conheceu Assis, com quem formou uma dupla infernal de atacantes, que foi apelidada pelos torcedores de “Casal 20”, nome de um seriado de televisão que fez sucesso na época.

Ainda em 1982 os dois foram campeões estaduais pelo Atlético. Em 1983, o clube paranaense teve destacada participação no Campeonato Brasileiro, tendo sido terceiro colocado, depois de eliminado pelo Flamengo, que foi campeão.

Washington se transferiu para o Fluminense em 1983 junto de Assis, formando uma das mais famosas duplas de ataque da história do tricolor carioca. O jogo de estréia dos dois foi em 2 de julho de 1983, na abertura do Campeonato Carioca, quando o Tricolor derrotou o São Cristóvão por 3 X 0. Washington marcou o terceiro gol da partida.

Jogador de estatura alta, 1,88 m e grande impulsão, quase sempre levava vantagem sobre os zagueiros adversários. Quando de escanteios para seu time, os torcedores do Fluminense costumavam cantar, já na expectativa de mais um gol: “Ão, ão, ão, na cabeça do negão...".

Títulos. Galícia: Vice-Campeão Baiano (1980); Internacional: Campeão Gaúcho (1981); Atlético Paranaense: Campeão Paranaense (1982); Fluminense: Campeão Carioca (1983, 1984 e 1985) e Campeão Brasileiro (1984); Botafogo: Campeão Carioca (1990); Desportiva Ferroviária, do Espirito Santo: Campeão Capixaba (1992) e Santa Cruz: Campeão Pernambucano (1993).

Jogou cinco partidas pela Seleção Brasileira principal, tendo marcado 2 gols e mais 4 jogos pela Seleção Olímpica, também com 2 gols. É, até hoje, o oitavo maior artilheiro da história do Fluminense com 118 gols em 311 jogos. (Pesquisa: Nilo Dias)


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Os 100 anos do "Canarinho" de Bom Jesus do Norte

O Ordem e Progresso Futebol Clube, de Bom Jesus do Norte, cidade interiorana do Espirito Santo, é mais um cube centenário do futebol brasileiro. Foi fundado no dia 6 de maio de 1914 por seis jovens idealistas, que colocaram em prática a necessidade de haver um clube de futebol na localidade. As cores escolhidas foram o amarelo e verde.

Os fundadores do clube foram Antonio de Oliveira Borges, José de Oliveira Borges, José de Souza Firmo, José Cabeça Freire, Oswaldo Santos e Otis Menezes.

José de Souza Firmo, um dos fundadores da nova agremiação esportiva ficou encarregado de pedir ao seu pai, Carlos Firmo, a cessão de um terreno, para que nele fosse construído um estádio. E deu certo.

O terreno foi doado e até hoje nele está o Estádio Carlos Firmo. O nome é uma homenagem ao doador da área. O estádio tem capacidade para receber até 3 mil torcedores.

O maior rival do Ordem e Progresso é o Olympico, da cidade vizinha de Bom Jesus do Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro.

Títulos. Vice-Campeão Capixaba (1951, 1952 e 1953); Em 15 de agosto de 1959, por ocasião do desfile na Praça Governador Portela, conquistou o troféu Governador Roberto Silveira; Campeão do Torneio Incentivo do Campeonato Capixaba da 1ª Divisão (1979); Campeão Invicto da Repescagem e Seletiva da 1ª divisão Capixaba (1980); Campeão do 1º Turno do Campeonato Capixaba (1989); Campeão da L.B.D. (1957); Vice-Campeão Sulino (1962); Campeão do Torneio Início da L.D.C.I. (1965); Campeão da LIDEG (1972); Campeão da L.D.C.I. (1974); Vice-campeão da LIDEG (1976 e 1977); Campeão da Taça “A Gazetinha” e “Rede Manchete” – Divisão de Base (1986); Campeão do 2° Torneio Quadrangular Interestadual (1993) e Campeão da Taça União LRDSS (2001).

O Ordem e Progresso foi chamado carinhosamente de "Canarinho" em 1952, pela imprensa capixaba. Em vista disso o mascote do clube é um “Canário”. Em pesquisa feita pela Rádio Bom Jesus e Jornal “O Norte Fluminense” em 16 de outubro de 1957 o Ordem e Progresso foi considerado “o mais querido”, da região, com esmagadora vitória sobre os clubes do vale do itabapoana.

O presidente atual é o desportista João Carlos (Polaca).  Licenciado das atividades profissionais, o Ordem e Progresso prioriza atualmente as categorias de base.

O consagrado historiador calçadense Pedro Teixeira, está lançando um livro sobre os centenários dos clubes Olympico Futebol Clube e Ordem e Progresso Futebol Clube. O livro conta fatos pitorescos de ambas as agremiações.

As comemorações alusivas aos 100 anos começaram dia 1º de maio, com partidas de futebol entre times das Divisões de Base do Ordem e Progresso X Rio Branco, de Campos dos Goytacazes, realizadas no Estádio Carlos Firmo.

No dia 5, o clube foi homenageado pela Câmara Municipal de Bom Jesus do Itabapoana. Dia 6 foi realizado o “Forró da Melhor Idade”, com Lucinha Braga. Dia 7 foi feita a entrega de Diplomas aos Ex-Presidentes e Diplomas de Honra ao Mérito a diversas personalidades que trabalharam em prol do clube.

Dia 9, um dos pontos altos das comemorações, o “Baile do Centenário”, com a “Banda Aço Doce”. Dia 11, “Missa de Ação de Graças”, na Igreja São Geraldo.

Ainda tivemos no dia 25, um "Culto em Ação de Graças pelo Centenário", na Igreja Batista de Bom Jesus do Norte.  O Encontro dos ex-jogadores do Ordem e Progresso Fc., agendado para o dia 25 de maio, foi transferido para o dia 16 de agosto.

Com o objetivo de relembrar as histórias centenárias de Olympico e Ordem e Progresso, o Espaço Cultural Luciano Bastos e o Centro de Memória do Campus Bom Jesus, realizaram a exposição “Memórias do nosso Futebol”, que foi inaugurada no dia 15 de maio.

Coleções de faixas, medalhas e troféus conquistados pelos clubes, apresentação de banners, fotografias, documentos, uniformes, bandeiras, ingressos de jogos, entre outros objetos que contam a história do Olympico e do Ordem e Progresso, fazem parte da exposição, que ficará aberta para visitação até o dia 27 de junho.

Idealizada pela coordenadora do Espaço Cultural, Cláudia Bastos, a exposição “Memórias do nosso Futebol: 100 anos do Olympico F.C. e do Progresso F.C.” integra a 12ª Semana de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), com o tema “Museus: as coleções criam conexões”. (Pesquisa: Nilo Dias)

Uma das primeiras formações do clube. (Foto: Acervo fotográfico do Ordem e Progresso F.C., publicadas no "Blog do Polaca" (presidente do clube)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O centenário do “Azulão” paranaense

O Iraty Sport Club, da cidade paranaense de Iraty, na Região Centro-Sul do Estado, foi fundado em 21 de abril de 1914, por um grupo de esportistas liderados por Antônio Xavier da Silveira. É um dos clubes mais antigos do Paraná. O primeiro jogo do Iraty aconteceu no mesmo ano de 1914, quando derrotou o Imbituvense, de Imbituva, por 3 X 0.

O estádio do Iraty é o “Coronel Emilio Gomes”, com capacidade para 4.579 torcedores sentados. Foi inaugurado em 21 de abril de 1950. O maior público na história do estádio foi no jogo Iraty X Coritiba, em 1984, com 7.200 expectadores. O nome do estádio é uma homenagem ao fundador da cidade.

Também é dono da Casa do Atleta, inaugurada em 23 de agosto de 2000, formada por alojamento com capacidade para receber até 30 atletas. Tem dois quartos, com 29 camas, sala de televisão e refeitório.

O clube ainda é dono de uma sede social no bairro Rio Bonito, que conta com sauna, piscina adulta olímpica, piscina infantil, bar, churrasqueiras e estacionamento para os sócios. Na década de 1990, em razão da cor de seu uniforme, o time recebeu o apelido de “Azulão”, que o acompanha até hoje.

O Iraty foi campeão paranaense de profissionais em 2002. O certame foi disputado entre oito clubes e sem a participação dos chamados “grandes” de Curitiba. O time campeão contava, na maioria, com atletas da própria base e outros experientes contratados pelo presidente Sérgio Malucelli.

O título veio com uma rodada de antecedência. Depois da conquista, o “Coronel Emílio Gomes” foi totalmente reformado para competições de porte maior, como a Copa do Brasil de 2003, vaga conquistada justamente por ser Campeão Estadual.

Em 2003 o consagrado treinador Mano Menezes, dirigiu o Iraty. Em 2006 o treinador foi o ex-jogador do Corinthians Paulista, Freddy Rincón.

Títulos conquistados. Campeão Paranaense - Série Prata (1993); Vice-Campeão Paranaense - Série Prata (2000); Campeão Paranaense da Série A (2002); Campeão do Interior Paranaense: 4 vezes (1998, 2002, 2005 e 2010).

Outras Conquistas. Torneio de Verão (2002). Categorias de Base. Campeão Paranaense de Juniores Sub-20 (2002); Copa Tribuna de Juniores Sub-20 (004 e 2005).

Histórico em Competições. De 1960 à abril de 1962 participou da Divisão Extra de Profissionais; Em 1961 fez sua melhor campanha quando decidiu com o C.A. Ferroviário, de Curitiba, o título de Campeão da Região Sul do Paraná; Em 1991 retornou ao profissionalismo disputando o Campeonato Paranaense da Divisão Intermediária;  Em 1993 foi Campeão do Campeonato Paranaense da Divisão Intermediária.

Em 1994 foi Campeão do Grupo B; terminando com a 5º colocação do Campeonato Paranaense; Em 1995 ficou com a 11ª colocação do Campeonato Paranaense; Em 1996 esteve licenciado; Em 1997 terminou invicto a 1ª fase do grupo B. Em 8 jogos, venceu 5 e empatou 3, classificando-se em 2º lugar para o octogonal final, terminando com a 5º colocação do Campeonato Paranaense; Em 1998 foi considerado o Campeão do Interior, ficando em 4º no Campeonato Paranaense.

 Em 1999 ficou com a 11ª colocação do Campeonato Paranaense, caindo para a Segunda Divisão do Campeonato Paranaense; Em 2000 foi Vice-Campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paranaense, voltando a disputar em 2001 a 1ª Divisão do Campeonato Paranaense; Em 2001 ficou com a 6ª colocação do Campeonato Paranaense, com o terceiro ataque mais positivo e o vice–artilheiro do campeonato Itamar com 14 gols. E com a 24ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série C.

Em 2002 conquistou o tão sonhado título do Campeonato Paranaense, o Campeonato Paranaense de Juniores e a 12ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série C; Em 2003 ficou com a 5ª colocação do Campeonato Paranaense, com o segundo ataque mais positivo. Campeão Copa Tribuna Juniores e Campeão do Torneio Internacional Juvenil (Rolândia- PR), terminou com a 75ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série C e com a 59ª colocação da Copa do Brasil.

Em 2004 ficou com a 4ª colocação do Campeonato Paranaense e com a 5ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série C. Teve a sua 1º partcipação na Copa São Paulo de Futebol Junior, Campeão Copa Tribuna Juniores e teve também a sua 1º participação no Torneio Internacional realizado no Uruguai; Em 2005 ficou com a 3ª colocação do Campeonato Paranaense,com o segundo ataque mais positivo e o artilheiro do campeonato Tiago com 10 gols. E com a 55ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série C.

Em 2006 ficou com a 8ª colocação do Campeonato Paranaense, e o artilheiro do campeonato Leandro com 18 gols. Ficou com a 32ª colocação da Copa do Brasil; Em 2007 ficou com a 12ª colocação do Campeonato Paranaense; Em 2008 ficou com a 5ª colocação do Campeonato Paranaense; Em 2009 ficou com a 6ª colocação do Campeonato Paranaense.

Em 2010 ficou com a 3ª colocação do Campeonato Paranaense, recebendo o Título de Campeão do Interior. Teve ainda o terceiro ataque mais positivo. Com isso, ganhou o direito de disputar o Campeonato Brasileiro da Série D em 2010 e a Copa do Brasil em 2011; Em 2012 no Campeonato Paranaense, o Iraty fez uma das piores campanhas da sua história, venceu apenas 1 partida de 22 disputadas e acabou sendo rebaixado.

Um concorrido jantar para 250 pessoas, realizado na “Churrascaria Italiano”, na noite de 18 de abril último, marcou o início das comemorações dos 100 anos do Iraty Sport Club. O prefeito da cidade, Odilon Burgath, dise na ocasião que “o Iraty é motivo de orgulho para todos os iratienses. Sua história é rica por ser composta de todos os nossos ancestrais que se dedicaram a este clube.”

Na ocasião, foi apresentada a camisa comemorativa aos 100 anos do Iraty Sport Club. Foram confeccionadas apenas 100 unidades da peça para serem comercializadas. Quatro funcionários que trabalham no clube há décadas foram homenageados no evento.

No mês do aniversário, o Iraty perdeu parte do seu patrimônio, que foi a leilão na manhã de 15 de abril, em razão de uma dívida trabalhista não quitada. A área, que foi arrematada por R$ 223.200,00 por um grupo empresarial da cidade, possui 1.860 m2 e está localizada no estacionamento da área social do clube, próximo as piscinas e sauna.

O leilão foi promovido pela Justiça do Trabalho de Irati. O terreno do clube foi arrematado pelo preço mínimo, sendo que sua avaliação era de R$ 372.000,00. O valor arrecadado pela área leiloada será usado para pagar débitos trabalhistas ao atleta Everton Raboili, que nunca ao menos teria jogado no Iraty, mas era registrado no clube.

Atualmente, além da ação de Everton Raboili, há mais duas de ex-funcionários do clube. Porém, de valores menores. O contador Jorge Ruteski, que desde janeiro deste ano está à frente da presidência do Iraty Sport Clube, ao lado de Arnaldo Novelo Maciel, disse que com esse leilão se perde uma parte da história do Iraty.

Outras dívidas existem e não há dinheiro em caixa para pagá-las. E muito menos para fazer investimentos no clube. Os débitos vão desde o comércio local, títulos protestados, INSS e fundo de garantia. Somente na Procuradoria da União a dívida chega a R$ 500 mil.

O clube voltou as atividades neste ano de 2014 e pretende disputar a 3ª Divisão do Campeonato Paranaense. Para isso conta com auxilio da prefeitura e da comunidade. (Pesquisa: Nilo Dias)

Iraty, campeão paranaense de 2002. (Foto: Divulgação)

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O “Mequinha” pernambucano agora é centenário

O América Futebol Clube, de Recife, Pernambuco, que já foi um time grande até um passado já distante, completou 100 anos de vida no último dia 12 de abril. O clube foi fundado em 1914, com o nome de João de Barros Futebol Clube, em razão da reunião que criou a entidade ter sido realizada em uma residência na avenida de igual nome.

Em 16 de junho de 1915, ainda com o nome de João de Barros, o América participou da reunião de fundação da Liga Pernambucana de Futebol, atual Federação Pernambucana de Futebol.

O clube passou a se chamar América, depois de uma reunião realizada dia 22 de agosto de 1915, atendendo a um pedido do desportista Belfort Duarte, que tinha fortes ligações com o América, do Rio de Janeiro.

Belfort também quis que o clube mudasse suas cores para vermelho, as mesmas do América carioca. O time pernambucano chegou a disputar os campeonatos de 1937 e 1938 vestindo vermelho, porém teve de voltar ao verde e branco original, com o retorno as disputas do Torre, que era registrado naquela cor.

Ele viera a capital pernambucana buscar apoio para a fundação da Federação Nacional de Esportes (FNE), antecessora da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

Belfort Duarte, em sua estada em Recife, foi homenageado na noite de 22 de agosto, pelo João de Barros F.C., com a distinção de “Capitão Honorário” do clube. Na ocasião a Diretoria atendeu ao pedido do ilustre visitante e passou a se chamar América F.C.

O clube mantém até hoje a sua sede na Estrada do Arraial, no bairro de Casa Amarela, zona norte da cidade, onde os saudosos carnavais promovidos pelo América eram marcantes, terminando sempre com uma bacalhoada na manhã da quarta-feira de cinzas.

A sua torcida era composta por grandes famílias aristocratas do Recife e por simpatizantes nos bairros de Casa Amarela, Casa Forte, Apipucos e Caxangá. Também tinha estreitos vínculos com a colônia portuguesa de Recife.

Um fato incomoda até hoje a gente americana. Em 1915, jogando pelo Campeonato Pernambucano contra o Santa Cruz, o América vencia pelo elevado escore de 5 X 1, até os 30 minutos do segundo tempo. E o incrivel aconteceu, o Santa Cruz conseguiu marcar seis gols e virou o jogo para 7 X 5.

Esse feito se constitui até hoje na maior virada ocorrida em um jogo oficial em toda a história do futebol brasileiro. A bola do histórico jogo é guardada com carinho na sede do clube “coral”, no bairro do Arruda, no Recife.

Em 1918, o fracasso de 1915 foi esquecido, com a conquista do primeiro título estadual do clube. Com um time dificil de ser batido, o América levantou o caneco com esta escalação básica: Jorge - Ayres e Alecxi – Rômulo - Bermudes e Soares - Siza - Angêlo Perez - Zé Tasso - Juju e Lapa.

No dia 28 de abril de 1918, no campo da Ponte d’Uchoa, local de todos os jogos do campeonato daquele ano, aconteceu a primeira grande goleada da história do futebol pernambucano. Foi o dia em que o América humilhou o Náutico, ganhando por 10 X 1.

A partida foi dirigida por Alcindo Wanderley (Pitota), tendo às equipes mandado a campo as seguintes formações:

América: Lopes - Ayres Alexi – Rômulo - Bermudes e Robison – Karl – Sigismundo - Zé Tasso - Monteath e Soares. Náutico: Nelson - Barbosa Lima e Guilherme – Oliveira - Bibi e Grevy – Amarrão – Amarinho – Manoel Lopes - Ivan e Nadu.

Em 1920 o América abandonou o campeonato em meio a competição, depois de derrotar Sport e Náutico por 2 X 1 e perder para o Santa Cruz por 2 X 1, em razão de divergências com a Liga. O Sport foi campeão. Em 1921, porém, voltou às disputas.

Em 1922, o América conquistou um dos maiores títulos de sua história, ao sagrar-se “Campeão do Centenário”, visto que nesse ano o Brasil comemorava 100 anos de sua independência.

Para chegar ao título o América realizou a seguinte campanha, em turno único: 7/5 - 9 X 1 no Sport; 21/5 - 4 X 0 sobre o Peres; 4/6 - vitória de 2 X 1 frente o Náutico; 23/7- 3 X 1 ante o Equador; 6/8 - perdeu para o Torres por 1 X 0; 22/10 - vitória de 2 X 1 sobre o Santa Cruz e em 5/11 - triunfo de 4 X 2 contra o Flamengo.

O América sofreu apenas uma derrota na competição, perdendo para o Torre por 1 X 0. A torcida alviverde fez muito barulho na comemoração da conquista, que até hoje é lembrada quando a imprensa se refere ao clube como o “Campeão do Centenário”.

O time base tinha Nozinho - Rômulo e Cunha Lima – Lindolpho - Licor e Faustino – Meirinha – Fabinho - Zé Tasso - Juju e Matuto. O técnico era o gaúcho Álvaro Barbosa, o “Barbosão”.

Em 1923 foi realizada a “Taça Nordeste”, a primeira competição regional do Nordeste, que se tem notícia. Foi disputada em Maceió, para comemorar o “Dia do Trabalho”. Participaram oito equipes, consideradas as melhores da região: Botafogo e Vitória (Bahia); Cabo Branco e América (Paraíba); CRB e CSA (Alagoas) e Sport e América (Pernambuco).

O América chegou às semifinais ao lado do Botafogo, da Bahia e enfrentou o Sport, vencendo por 6 X 2. As finais em dois jogos foram contra o CSA, que eliminou o Botafogo. No primeiro deles, realizado dia 4 de fevereiro, o América venceu por 2 X 1. Nelcino abriu o placar para o time alagoano e Zé Tarso e Juju deram a vitória à equipe pernambucana.

No segundo jogo, dia 6, o CSA ganhou por 4 X 3. Como o América detinha a vantagem, sagrou-se o primeiro campeão nordestino de que se tem notícias. Uma vitória consagradora no torneio e que repercutiu nos grandes jornais do Recife. A partir dai o time alviverde pernambucano passou a ser conhecido em todo o Nordeste como uma grande força.

O América foi campeão com Nezinho - Romulo e Faustino – Lyndolfo - Moreira e Zizi – Lapinho – Leça - Zé Tarso - Juju e Araújo. Há quem diga que essa foi a maior conquista do clube alviverde até hoje, superando o título de 1922, de “Campeão do Centenário”.

A última vez que o América ganhou um título importante foi em 1944, quando se sagrou campeão pernambucano.  O time base era Zezinho – Capuco e Julinho – Djalma – Edgard e Oseás – Pedrinho – Barbosa – Leça - Galego e Rubens.

Essa conquista é considerada a mais sofrida e heróica do América. Nas finais contra o Náutico, disputadas no início de 1945, houve empate de 1 X 1 no dia 28/1; Vitórias de 3 X 2, dia 4/2; 2 X 0, dia 9/2 e 3 X 0, dia 18/2. Depois disso, só Sport, Náutico e Santa Cruz foram campeões estaduais.

O América foi vicecampeão em 1952, quando perdeu o título para o Naútico. A partir daí teve início a decadência do clube, que se tornou maior durante o final dos anos 1950, 1960 e 1970. Mas ainda conseguia manter parte da sua torcida, especialmente do bairro de Casa Amarela.

Uma página inesquecível na história do América aconteceu no dia 3 de junho de 1956, quando o alviverde goleou o Santa Cruz por 6 X 3. Aquele triunfo tornou-se mais importante ainda pelo fato de o goleiro tricolor ser o famoso Barbosa, titular da Seleção Brasileira seis anos antes, na Copa do Mundo disputada no Brasil.

A torcida coral só não linchou Barbosa porque houve uma proteção especial para ele por parte do presidente do clube, o comerciante Boanerges Costa. Este desafiou torcedores armados de pedras e paus ao sair do vestiário em companhia do goleiro, levando-o para seu carro, de onde rumou para qualquer ponto da cidade.

O América jogou com Leça - Geroldo e Cido – Claudionor - Rosael e Claudinho – Zezinho – Dimas – Macaquinho - Celly e Gilberto Segundo. O Santa Cruz foi goleado com Barbosa - Palito e Guta – Zequinha - Aldemar e Edinho - Jorge de Castro – Wassil – Isaldo - Rubinho e Otávio.

Em 1959, o clube pediu licença e não participou do Campeonato Estadual daquele ano, pois enfrentava uma grave crise financeira. Era o mergulho na decadência. Em 1962 voltou às disputas, mas sem ter a importância de antes.

Em 1964 o América comemorou seus 50 anos com um baile em sua sede, com direito a Ângela Maria e Orquestra de Ivanildo Lucena. No intervalo, bate-papo com a eterna Dercy Gonçalves. A sede do América também trouxe pela primeira vez ao Recife Roberto Carlos, quando nem "Rei" era, no inicio da Jovem Guarda.

As apresentações do grupo de basquete norte-americano “Globetrotters” e dos “Aqualoucos”, equipe do Fluminense que fazia shows de saltos ornamentais, lotaram o clube. Foram as primeiras no Recife. Isso sem contar os carnavais.

Em 1975, enfim o América voltou a ganhar alguma coisa, sendo campeão da “Taça Recife”.  Na final venceu ao Naútico. Em razão dessa conquista a imprensa recifense passou a chamar o América de “Verdão 75”. O artilheiro da competição foi Edu Montes, com 7 gols.

Em 1981, o América transferiu seu futebol para Jaboatão dos Guararapes, cidade de grande porte geminada ao Recife. Era a tentativa de abrir um novo espaço e atrair o pessoal da terra. Não deu certo. Voltou para a Estrada do Arraial. Mais tarde houve outra mudança para Jaboatão. Nova frustração.

Depois que a FPF determinou que o clube inscrito no campeonato indicasse um estádio para mandar seus jogos, e que não fosse de um concorrente, o América andou de um lugar para outro, como Bonito e Goiana, sempre contando com a ajuda, que não era lá essas coisas, do município.

Nostálgicos, antigos americanos relembram glórias de tempos idos. Eram tempos em que o clube reunia figuras de expressão, como o comendador Arthur Lundgren, fundador das antigas Lojas Paulista, mais tarde Casas Pernambucanas, os irmãos Moreira – Zezé, Rubem e João – os Leça, os Cabral de Melo.

Um dos torcedores mais importante na história do América foi o destacado escritor pernambucano, João Cabral de Melo Neto, que costumava assistir os jogos de seu time, sempre que podia.

Além de poeta, João Cabral chegou a ensaiar uma carreira de futebolista, jogando de “center-half”, o volante de hoje e se constituiu em uma promessa do futebol pernambucano. Na juventude jogou pelos times do América e do Santa Cruz. Em 1935, aos 15 anos, foi campeão juvenil pelo Santa Cruz.

No final da década de 80, descobriu que sofria de uma doença degenerativa incurável, a qual lhe impunha fortes e constantes dores de cabeça, o que causaria, aos poucos, a perda da visão, fazendo-o parar de escrever e ficar depressivo, e a vontade de falar.

Morreu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos, encoberto com a bandeira do América e com a tristeza de não rever o Campeão do Centenário forte como antes, em sua juventude.

No discurso proferido por Arnaldo Niskier, no velório ocorrido no "Salão dos Poetas Românticos", na Academia Brasileira de Letras, o América foi lembrado:

“Fecham-se os olhos cansados do poeta João e não conseguimos realizar o sonho que agora desvendo: ver o América Futebol Clube voltar aos seus dias de glória. Nem o daqui do Rio, nem aquele que era a sua verdadeira paixão: o América do Recife."

Títulos. Campeão pernambucano (1918, 1919, 1921, 1922, 1927 e 1944); Torneio Início: (1921, 1930, 1931, 1934, 1936, 1938, 1941, 1943, 1955, 1967 e 1970); Taça Recife (1975); Liga Suburbana (1916, 1917, 1918 e 1929); Troféu Nordeste (1923); Copa Torre (1923 e 1924); Taça Casa Amarela (1926, 1927 e 1928); Troféu Bairro da Boa Vista (1933); Torneio da Paz (1940); Torneio Cidade do Cabo (1965); Copa Roman (1968); Copa da Juventude (1974); Torneio Aniversário da Cidade de Jaboatão (1981); Copa de Desportos Terrestres (1986) e Taça Joaquim Inácio (???).

Categorias de base. Campeonato Pernambucano de Juniores (1962, 1963, 1968, 1969, 1977 e 1984); Campeonato Pernambucano Infanto-Juvenil (1951) e Campeonato de Aspirantes (1928, 1930, 1932 e 1939); Futebol de Salão. Campeonato Pernambucano (1985) e Taça Cidade do Recife (1981). Futebol feminino: Copinha do Mundo Sub-17, representando a seleção dos Estados Unidos (2014). Basquetebol Vice-campeão pernambucano (1977 e 1978).

O América participou do Campeonato Brasileiro da Série B em 1972, 1981, 1989 e 1991 e da Série C em 1990. Disputou o Campeonato Pernambucano nos anos de 1916 a 1958, 1963 a 1995, 2011 e 2012.

Jogadores famosos que atuaram pelo clube: Alberto Salonni, argentino, jogou pelo América em 1932; Vavá, centro-avante campeão do mundo, vestiu a camisa americana em 1948, mas sem muito destaque. Logo se tranferiu para o Íbis Sport Club e Sport Club do Recife; Zé Tasso, que defendeu clube de 1918 a 1923; Dequinha, que depois participou da Copa do Mundo de 1950 e jogou pelo Flamengo e Osséias, único campeão vivo, da última conquista do América, campeão pernambucano em 1944.

O duelo entre América X Náutico é chamado de “Clássico da Técnica e Disciplina”; América X Santa Cruz,” o “Clássico da Amizade” e Amérca X Sport, o “Clássico dos Campeões”.

Os torcedores mais jovens não sabem que o América foi um grande clube em épocas já remotas. Hoje o futebol pernambucano tem três grandes equipes, mas até meados dos anos 50 eram quatro.

Os concursos com tampinhas de refrigerantes, como a laranjada “Cliper”, traziam as fotos dos craques do América, junto com os do Náutico, Sport e Santa Cruz.

Concorrente de peso ao título de campeão, o América lutava de igual para igual com alvirrubros, tricolores e rubro-negros, bem como com clubes já extintos – Torre, Flamengo e Tramways.

Sua decadência coincidiu com o surgimento do Náutico, como potência. O clube dos Aflitos, situado relativamente perto do América, começou absorver a criançada da região que ia despertando para o futebol.

Velhos torcedores americanos atribuem à falta de um estádio, ao contrário de Náutico, Santa Cruz e Sport, um dos motivos de o América ter encolhido através dos anos.

O alviverde nunca teve pouso certo. Ora treinava nos Aflitos, ora na Ilha do Retiro – ainda não havia o “Arruda”, em troca da indicação daquele local para os jogos cujo mando lhe pertencia. O campo de Bebinho Salgado, em Apipucos, durante muito tempo acolheu os periquitos, como também eram chamados os americanos.

Em 1995 o clube se licenciou e só retornou as atividades em 2010. Foram 15 anos de ausência. E de cara ganhou o direito de voltar à elite do futebol pernambucano, ao ser vice-campeão da Série A-2, correspondente a segunda divisão. Ele venceu a equipe do Chã Grande/Decisão, em pleno estádio “Barbosão”, pelo escore de  4 X 1. O campeão foi a equipe do Petrolina.

Ainda se mantendo na Primeira Divisão, o América agora pretende dar vôos mais altos e voltar a ser o que foi no passado. Está em pleno andamento um projeto bastante ambicioso para este ano de 1014, quando o clube completou 100 anos de existência.

Desde 2011 está em andamento uma parceria com o Sporting, de Portugal, Prefeitura de Abreu e Lima, que será sede dos jogos do time, a MSC Inter Sports e a Adidas, que entra com o material esportivo.

Em 2012, dentro da parceria, o América trouxe para apresentar seus uniformes a modelo paraguaia Larissa Riquelme. O time americano, que até hoje não tem um estádio próprio, terá não só um patrocínio de alto escalão, o Real Hospital Português, como um estádio com estrutura avançada e capacidade para 10 mil expectadores e Centro de Treinamento e alojamentos. Em troca, o “Periquito” tem a função de mandar jovens revelações para o clube português.

Os portugueses da MSC Inter Sports e do Sporting fecharam a parceria com o América e a Prefeitura de Abreu e Lima para construir um novo “ninho” para o “Periquito”. Um estádio com instalações modernas, capacidade para mais de 10 mil torcedores, Centro de Treinamento e alojamentos. Tudo para o "Mequinha" fortalecer a categoria de base e revelar cada vez mais atletas.

Ainda no acordo entre América e Sporting, ficou deliberado que este ano haverá um jogo amistoso entre ambos, em Pernambuco. (Pesquisa: Nilo Dias)

1922. Campeão do Centenário. Rômulo - João Batista - Faustino Oscar - Lindolpho - Henrique Luiz Selva - Manoel - Fernando _ Fábio - José Tasso - Artur - Carlos Lapa e jorge. (Foto:Acervo fotográfico do América F.C.)

terça-feira, 13 de maio de 2014

O Olympico Futebol Clube, de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), a 320 quilômetros da capital, é mais um clube centenário do futebol brasileiro. A agremiação foi fundada em 23 março de 1914, quando de uma reunião realizada no bar do Manoel Belido, na Praça Governador Portela, a menos de 500 metros da divisa com o Espírito Santo.

Na ocasião ficou definido que haveria um clube recreativo na cidade, como os times tradicionais da capital. As cores da nova agremiação foram definidas como vermelha e amarela.

O primeiro time formado pelo time amarelo e vermelho do Olympico foi este: Chico Fragoso - Horácio Moraes e Juquinha Firmo – Duente - João Fraga e Fernando - Otis Menezes - Candico Peralva - Walter Franklin - Nilo Cunha e Purcino.

Na época do amadorismo o clube disputou e foi campeão do certame municipal por vários anos. Também jogou inúmeras partidas amistosas contra equipes do Espírito Santo, e contra o rival Ordem e Progresso, entidade também centenária da cidade, e considerado maior rival do Olympico.

Em 1968 o clube se profissionalizou, passando a disputar o Campeonato Estadual da Terceira Divisão. A experiência não foi nada animadora, ficando na sétima posição da fase inicial, última da sua chave, não conseguindo classificação para as finais.

Em 1986, ainda na Terceira Divisão, ficou em quinto lugar, no campeonato vencido pelo Tomazinho Futebol Clube com o Esporte Clube Nova Cidade em segundo. No ano seguinte foi segundo na sua chave, na fase inicial, atrás apenas do América, de Três Rios.

Na fase seguinte, conseguiu se classificar novamente em segundo lugar. O primeiro foi  o Paduano Esporte Clube, de Santo Antônio de Pádua. Na fase final foi terceiro colocado na classificação geral. O campeão foi o Paduano Esporte Clube, com o Esporte Clube Miguel Couto, na segunda colocação.

Em 1988, ainda na Terceira Divisão classificou em  segundo na sua chave, perdendo a liderança para o Cantagalo Esporte Clube. Na fase seguinte foi novamente segundo, perdendo a dianteira e a classificação para as finais, diante do União Nacional Futebol Clube, que se sagrou campeão invicto da temporada.

Em 1989 solicitou licenciamento das competições profissional por dois anos. Em 1991 retornou para disputar o Campeonato Estadual da Segunda Divisão, na verdade uma Terceira Divisão, já que a antiga Segunda virara naquele ano uma espécie de Módulo "B" da Primeira Divisão.

Alcançou classificação em segundo lugar na primeira fase, atrás do Saquarema Futebol Clube. Na segunda fase foi novamente segundo, ficando de novo atrás do Saquarema que chegou a final contra o Entrerriense Futebol Clube, e sagrou-se campeão.

Em 1992 o clube solicitou novo licenciamento por dois anos. Em  1994, retornou disputando a Divisão Intermediária, a Segunda Divisão da época. A campanha foi ruim e não passou do quinto lugar, penúltimo, em sua chave, sendo eliminado da competição.

Em 1995, disputou novamente a Divisão Intermediária, Grupo "D", ficando em sexto lugar. O campeão nessa chave foi o Barra Futebol Clube, de Teresópolis. Em 1996, se licenciou pela terceira vez das competições profissionais. Depois disso, não disputou mais os certames organizados pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ).

Desde então tem se dedicado mais as divisões de base. Em 2009, na condição de representante do município de Bom Jesus do Itabapoana, foi campeão da Seção da Região Noroeste Fluminense do Campeonato de Ligas Municipais Sub-17, organizado pela federação estadual, ao vencer no jogo final a seleção de Lajes de Muriaé. Ainda nesse ano representou a Liga Bonjesuense na categoria Adultos.

Existe um movimento para que o clube retorne aos gramados, mas esbarra nas dívidas existentes. E o estádio “General Fernando Lopes da Costa”, de propriedade do clube, que tem capacidade para receber até 2.500 torcedores, sofre com a falta de conservação e uma série de problemas estruturais. Até um busto foi roubado da sua entrada principal.

Para completar os problemas, o número de sócios tem caído nos últimos anos. A parceria com a empresa Goal Sports, que cedia jogadores ao clube e durou cerca de dois anos, acabou no começo de 2008. Atualmente, o time disputa apenas competições amadoras e de base dentro da própria região.

O escritor Pedro Teixeira está lançando um livro em que conta as histórias do Olympico e do Ordem e Progresso F.C., outro clube da cidade, que também se tornou centenário em 2014.

O livro conta fatos pitorescos, como este ocorrido com o o jogador Alvinho, do Olympico, que não tinha um braço. Quando foi cobrar um arremesso lateral, o árbitro o advertiu, explicando que a regra diz que o lateral tem de ser cobrado com as duas mãos. (Pesquisa: Nilo Dias)

Olympico F.C., em seus tempos áureos. (Foto: Divulgação)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Cachoeira centenário

O Cachoeira Futebol Clube, da cidade gaúcha de Cachoeira do Sul, foi fundado em 24 de fevereiro de 1914 na residência do estudante Henrique Müller Barros, que mais tarde se tornaria médico no município.

O clube participou dos primeiros campeonatos de futebol organizados no Rio Grande do Sul, fazendo parte da 3ª Região, disputando com equipes de Santa Maria, Tupanciretã, Passo Fundo e Cruz Alta.

Por 11 vezes foi campeão da Zona Centro do Estado, em 1944, 1948, 1951, 1955, 1959, 1962, 1963, 1969, 1971, 1973 e 1975. Das 11 conquistas, sete foram longe do Estádio Joaquim Vidal. Por duas vezes conquistou o vice-campeonato do interior e foi terceiro colocado no Campeonato Gaúcho, em 1944 e 1948. Sua maior conquista foi em 2001, ao sagrar-se campeão da Terceira Divisão do Campeonato Gaúcho.

Alguns grandes momentos do clube: em 1962 foi a primeira equipe a jogar fora do Brasil, depois do bi-campeonato mundial conquistado pela nossa Seleção no Chile. Apenas três dias após, perdeu por 5 X 3 para o Racing, de Montevidéu, no Estádio Centenário, na preliminar de um jogo entre às seleções do Uruguai X Tchecoslováquia, que  reuniu cerca de 60 mil torcedores.

Em 1964, Cachoeira X Racing jogaram novamente, desta feita no Estádio Joaquim Vidal, em Cachoeira do Sul, nas comemorações do cinquentenário do clube vermelho e branco. O Cachoeira venceu por 1 X 0, gol de Carlos Alberto Zinn.

Em 1979 o time foi rebaixado para a Segunda Divisão gaúcha. A crise que se instalou foi o ponto inicial para o fechamento do Departamento de Futebol Profissional em 1982, depois de perder um jogo para o G.A. Farroupilha, de Pelotas, por 4 X 2. Ademir e Zico marcaram os últimos gols do Cachoeira naquela fase.

Em 1999, renasceu das cinzas e voltou ao profissionalismo, com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Emidio Perondi, cedendo às pressões.

Títulos. Vice-Campeonato Gaúcho 2ª Divisão (1978); Campeonato Gaúcho - 3ª Divisão (2001).

Os maiores ídolos da história do clube foram: Italo Patta, jogador, técnico, dirigente e presidente do clube em décadas passadas e Evir Borba, que também defendeu o Guarany F.C., time local extinto, o Grêmio Portoalegrense e o Maringá, onde foi tri campeão paranaense.

Hoje em dia o principal rival do Cachoeira F.C. é o São José, também de Cacheira do Sul, que fazem o clássico conhecido como “Ca-Sé". Em décadas passadas tinha o clássico com o Guarany, chamado de "Gua-Ca". (Pesquisa: Nilo Dias)


Foto enviada pelo pesquisador Douglas Marcelo Rambor.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O rei da pequena área

  
Christian Rogélio Benitez Betancourt, o “Chucho”, como era mais conhecido, foi um dos melhores jogadores surgidos no futebol do Equador, em todos os tempos. Ele nasceu em Quito, no dia 1 de maio de 1986 e faleceu em Doha, no Qatar, dia 29 de julho de 2013, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Jogava pelo Al-Jaish, e um dia antes de morrer fez sua primeira partida pelo novo clube.

No dia 29 de julho de 2013 às 20h30min Benítez deu entrada no hospital de Doha, com fortes dores que foram atenuadas com sedativos. Havia suspeita de apendicite. Porém, o jogador não teve atendimento médico indicado, acabando por falecer devido a uma peritonite. Em 2007 ele havia se casado com Liseth, filha do futebolista Cléber Chala. Tiveram dois filhos gêmeos em agosto de 2009.

Começou a carreira jogando nas categorias de base do El Nacional, em Quito. Em 2007 se transferiu para o Santos Laguna, do México, clube onde ganhou o “Tequilão” em 2008 e o prêmio de “Melhor Jogador do Clausura 2008”. Em 2007, ele já havia recebido o prêmio de melhor jogador do Equador, atuando fora do país.

Na temporada 2009-2010 esteve emprestado ao Birminghan City, da “Premier League”, da Inglaterra, mas em razão de problemas médicos voltou logo ao Santos Laguna, onde foi apelidado de o “rei da pequena área” e teve oportunidade de aprimorar o cabeceio, a movimentação e a conclusão.

O Santos Laguna, com a chegada de “Chucho” e de Vicente Matías Vuoso, conheceu uma rápida ascensão, com vitórias sobre vários grandes clubes mexicanos. Ele foi considerado um dos melhores atacantes estrangeiros no campeonato mexicano ao lado de Giancarlo Maldonado, Humberto Suazo, Salvador Cabañas e Hector Mancilla.

Em 2008 o clube mexicano chegou a receber uma proposta do Benfica, de Portugal, pelo jogador, mas não quis vendê-lo. E fez bem, pois na temporada “Chucho” marcou 10 gols pelo seu time, sendo fundamental na conquista do título.

Tudo na carreira de Benitez aconteceu muito rapidamente. Talvez porque o talento tivesse vindo de berço. O seu pai Ermen Benitez, que também começou a carreira no El Nacional, foi um dos maiores artilheiros da história do país nos anos de 1980 e 1990, e jogador da Seleção. Nos cinco clubes que jogou em 16 anos de carreira, marcou 191 gols.

“Chucho”, com 20 anos de idade participou de uma Copa do Mundo, tendo entrado em campo por alguns minutos no jogo contra a Alemanha. Jogou na seleção equatoriana de 2006 a 2013, tendo marcado 24 gols em 61 jogos, o terceiro maior goleador atrás apenas dos históricos Delgado (31) e Eduardo Hurtado (26). Pela idade que tinha e o ritmo que vinha desempenhando, todos acreditavam que chegaria logo ao posto de maior artilheiro da Seleção.

“Chucho” foi artilheiro do campeonato mexicano por quatro vezes. A primeira foi pelo Santos Laguna, em 2010. Depois, jogando pelo América, no Apertura 2012, Clausura 2012 e Clausura 2013. Pelo América foi campeão do Clausura 2013.

A transferência de Benitez para o América foi a mais cara da história do futebol mexicano, cerca de 10 milhões de dólares. No jogo de estréia pelo América, em 24 de julho de 2011, marcou um gol na vitória por 2 X 1 frente o Querétaro.

Em 2013 foi vendido para o Al-Jaish do Catar, em uma transação milionária, estimada em 15 milhões de dólares e se transformando no jogador mais bem pago do país. No meio do ano passado teve a carreira interrompida com mais de 150 gols em cerca de 360 partidas. Deixou um casal de filhos. E uma nação órfã de seu goleador.

Títulos conquistados. Pelo El Nacional: Serie A Clausura (2005 e 2006); Santos Laguna: Primera División Clausura (2008 e 2013); Club América: Liga Mexicana Clausura (2013); Seleção Equatoriana: Copa Desafío Latino (2007).

Prêmios Individuais. Artilheiro do Campeonato Mexicano de 2010 pelo Santos Laguna;Artilheiro do Campeonato Mexicano Apertura (2010-14 gols e 2012-11 gols); Artilheiro do Campeonato Mexicano Clausura (2013-17 gols); Melhor jogador da Liga Mexicana (2008 e 2012) e Bota de Ouro da Liga Mexicana (2010, 2012 e 2013). (Pesquisa: Nilo Dias)