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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Os 100 anos do “Gavião Carcará”

Alguns garotos entre 13 e 14 anos, liderados pelo senhor Vieira, pai de um deles, foram os responsáveis pela fundação do Tombense F.C., em 7 de setembro de 1914, na pequena e pacata cidade de Tombos, na Zona da Mata de Minas Gerais, com apenas 9.542 habitantes. O nome “Tombos”, tem origem a cachoeira existente no município, a quinta maior do Brasil em volume d’água.

Um dos maiores feitos do Tombense, que tem as corers vermelha e branca, ocorreu na era do amadorismo, quendo se sagrou campeão da Mata Mineira, em 1935, vencendo no jogo final ao Tupi, de Juiz de Fora, em confronto disputado em Carangola, cidade vizinha de Tombos.

Durante as décadas seguintes, o time revelou alguns atletas que posteriormente jogaram em equipes de maior porte, como Vasco, Flamengo, Atlético-MG e Cruzeiro. Entre eles, Jouber, um dos maiores jogadores da história do Flamengo, nos anos 1950 e 1960.

Os jogadores Leonardo Moura, que joga no Flamengo, do Rio de Janeiro, Victor Simões, que defendeu o Botafogo, do Rio de Janeiro, Andrè Lima, que atua no Botafogo, Cícero, atualmente no Fluminense, Elias, que jogou no São Paulo, Renatinho, da Ponte Preta e Bruno, ex-goleiro do Flamengo, foram revelados nas categorias de base do clube.

Em 1999, os empresários Eduardo Uram e Lane Mendonça Gaviolle, da empresa “Brasil Soccer” começaram a gerir o Tombense, que se profissionalizou. A empresa administra a carreira de pelo menos 500 profissionais da bola no país e no mundo. Foi a partir daí que o clube começou a aparecer no cenário estadual.

Foi nessa época que o Estádio Antônio Guimarães de Almeida, com capacidade para 5 mil torcedores,  passou por uma grande reforma, com melhorias no gramado, construção de novas arquibancadas, de uma concentração, cabines de rádio, camarotes e de um moderno sistema de drenagem.

Paralelamente ocorreram investimentos fortes no futebol, que deram resultados quase imediatos. Em 2001, o Tombense já era campeão mineiro das categorias infantil e juvenil.

Em 2002 foi campeão mineiro da Segunda Divisão. Estreou no Módulo II em 2003, com uma campanha modesta. Em2004 foi rebaixado e só voltou a disputar o Campeonato Estadual da segunda Divisão em 2006. Novamente conseguiu chegar ao título, mas recusou a vaga ao Módulo de 2007.

Em 2009 disputou novamente a Segundona, ficando com o segundo lugar e classificando para o Módulo II de 2010. Em 2012 foi vice-campeão do Módulo II, conquistando uma vaga para a disputa daprincipal divisão do futebol mineiro, em 2013.

Com um investimento de R$ 1,5 milhão, o time foi bem, alcançando o quarto lugar na classificação geral, o que lhe valeu uma vaga no Campeonato Brasileiro da Série D de 2013, que o clube acabou desistindo.

Este ano foi o 2º melhor colocado do Campeonato Estadual e se classificou para o Campeonato Brasileiro da Série D, estando na Chave com Tupi, Nova Iguaçu, Resende e Espírito Santo..

Títulos conquistados. Campeão da “Zona da Mata” (1935); Campeão Mineiro da Segunda Divisão (2002 e 2006); Vice campeão da segundona (2009); Vice-Campeão Mineiro Modulo II (2012). Foi incluído na “Elite do Futebol Mineiro” em 2012 e disputou a Primeira Divisão em 2013

A mascote do Tombense é o “Gavião Carcará”, ou simplesmente “Carcará”, surgida em 1964, quando o clube completou o cinquentenário. O campo, onde o time treinava e jogava, tinhas um desnível entre uma goleira e outra, de cerca de quatro metros. Para aproveitar isso, o Tombense sempre procurava atacar para o “lado de cima” no primeiro tempo do jogo. No segundo tempo, atacava para o “lado de baixo”, com a vantagem do adversário ficar mais cansado.

Um torcedor deu sua versão para esse fato, dizendo que quando o Tombense jogava “pra baixo”, lembrava um “Carcará” quando descia velozmente do alto para atacar a presa no chão. Assim, resumiu a parecença do time do Tombense com a ave. Assim, o Tombense quase sempre acabava ganhando o jogo no segundo tempo, atacando “pra baixo” com toda velocidade e força, valendo-se da vantagem do desnível do campo em seu favor.

O presidente do clube é Lane Mendonça Gaviolle, ex-jogador e sempre ligado ao esporte. Ele tem várias propriedades em Tombos e antes de aceitar dirigir o time, era proprietário de uma fábrica de doces. Quando se fala dele, a resposta é imediata: “Dono de metade da cidade!”.

Já o parceiro Uram quase não aparece na cidade. Nos tempos em que foi casado com Sonália, natural de Tombos, até que era visto. O curioso é não ter acompanhado nenhum jogo do time no Estadual. Somente em casa, pela TV, dizem seus amigos do município, que fica a 375 quilômetros de Belo Horizonte, 356 do Rio de Janeiro e a 600 de São Paulo. (Pesquisa: Nilo Dias)

Tombense em 2013. (Foto:Arquivo do clube)