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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Avião do Green Cross achado 53 anos depois

Uma expedição de alpinistas encontrou os restos do avião Douglas DC 3, da Linhas Aéreas LAN,  em que viajava a equipe de futebol profissional chilena, do  Green Cross, que em 1961 se perdeu na “Cordilheira dos Andes”, ao Sul do Chile, se chocando contra as montanhas a 3.200 metros de altura.

Na noite do acidente, a delegação do clube chileno havia sido dividida em duas partes. A maioria não quis pegar uma viagem que tinha algumas escalas, e acabou esperando pelo segundo vôo, o do acidente.

No total, morreram 24 pessoas na tragédia, incluindo oito jogadores, o técnico da equipe e o fisioterapeuta. Eles faziam o trajeto entre Osorno e Santiago, depois de um jogo pela Copa do Chile, frente o Provincial Osorno, em 3 de abril de 1961.

O local, próximo à cidade de Linares, é diferente do qual se acreditava ter ocorrido o acidente há quase 54 anos. A descoberta se deu na chamada “Cordilera de Linares”, a 306 quilômetros de Santiago, segundo informou o vespertino “La Segunda”.

O avião está a mais de 3.200 metros de altitude e ainda conserva grande parte da fuselagem. Tem muito material espalhado pelo local, inclusive restos de ossos, disse o membro da expedição de alpinistas, Leonardo Albornoz.  

Na época, o acidente causou grande comoção em todo o mundo, mas a aeronave não foi encontrada, em que pese os esforços por encontrar seus restos.

O que se sabe de concreto é que os destroços do avião não se encontram no local onde todas as publicações oficiais pensavam.  Albornoz disse que o paradeiro exato do acidente não será revelado de momento, para evitar que se transforme em um circuito turístico e por respeito às famílias.

Existe o temor de que ao ser profanado o local, ainda se levem os restos da aeronave como troféus. Albornoz salientou que não pode ser esquecido que ali morreram pessoas e tem de se respeitar as famílias. Além disso, a região onde estão os destroços é de difícil acesso, com vários penhascos, gelo, rios e lagos.

Por enquanto as informações são muito desencontradas. Chegou a ser divulgado que alguns corpos foram resgatados e que tentativas posteriores não encontraram mais o local.

Existem também rumores da existência no local de caixas cheias com pedras, que serviram de caixões no momento em que se realizou o resgate e de outras situações confusas, que com o passar dos anos alimentaram este mítico acidente, convertendo-o numa mistura de história e lenda.

O Green Cross era um clube bastante antigo, tendo sido fundado em 27 de junho de 1916, na cidade de Santiago e participava na época do acidente da Primeira Divisão Chilena. Chegou a ser importante, tendo sido campeão chileno em 1945.

Em 20 de março de 1965, quatro anos depois do acidente, o time deixou Santiago e se fundiu com o Temuco, criando o Green Cross-Temuco. Porém, mais tarde, apenas o nome do segundo clube ficou, e hoje está na Segunda Divisão. (Pesquisa: Nilo Dias)

Time do Green Cross, em 1960. (Foto: Divulgação)

Os alpinistas Leonardo Albornoz e Lower Lopez, idealizadores da busca. (Foto: Jornal "La Segunda) 

Um craque do futebol sul-coreano

Quem pensa que o futebol sul-coreano não revelou grandes jogadores para o futebol mundial, está enganado. Park Ji-Sung, nascido em Goheung, um condado da Coreia do Sul na província de Jeolla do Sul é considerado o melhor futebolista sul-coreano de todos os tempos, e um dos destaques do futebol asiático na história.

Ele nasceu no dia 25 de fevereiro de 1981, e cresceu em Suwon, uma cidade satélite, 30 km ao sul de Seul. Começou a jogar futebol quando cursava o quarto ano do ensino fundamental, tornando-se conhecido como um dos maiores jovens talentos na Coréia do Sul, chamando a atenção de diversos clubes. Já mostrava grande precisão nos passes e era um emérito driblador.

Não demorou para assinar um contrato de profissional com o Kyoto Sanga, do Japão. Depois de uma temporada no clube nipônico, foi convidado pelo seu ex-técnico, Guus Hiddink, para defender o PSV Eindhoven, um dos principais clubes da Holanda.

Hiddink assumiu a direção técnica do time holandês, logo após a Copa do Mundo de 2002. E chamou os jogadores sul-coreanos Park e Lee Young-Pyo. Enquanto Lee se tornou em pouco tempo titular da equipe, Park teve muitas dificuldades em razão de seguidas leões.

Ao final da temporada 2003-04, Park já tinha se adaptado bem ao futebol holandês e também ao país. Na temporada 2004-05, com a saída de Arjen Robben para o Chelsea, ele ganhou novas oportunidades no time e não demorou para ser titular absoluto  de um meio-campo que contava com Johann Vogel, DaMarcus Beasley e os holandeses Mark van Bommel e Philip Cocu.

Os torcedores passaram a gostar muito dele e até criaram uma canção em sua homenagem, chamada de "Canção para Park". lançada especialmente para o álbum do time.

Ao término da temporada 2004-05, Park transferiu-se para o Manchester United, da Inglaterra, que tinha como técnico o famoso Alex Ferguson. Assinou um contrato de 4 anos, ganhando 4 milhões de Euros.

Park se tornou o primeiro futebolista asiático a ser capitão do Manchester United, depois de receber a braçadeira de Ryan Giggs, quando o substituiu durante um jogo em casa pela “Champions League”, contra o Lille, no dia 18 de outubro de 2005.

Park marcou o seu primeiro gol com a camisa do Manchester, no dia 20 de dezembro de 2005, durante a vitória por 3 X 1 sobre o Birmingham, pela 5ª rodada da “Carling Cup”.

Com uma lesão no joelho que teimava em não curar, em abril de 2007, Park foi aos Estados Unidos para fazer uma cirurgia. Mesmo afastado por lesão durante a maior parte da temporada, ele ainda participou de alguns jogos, tornando-se o primeiro jogador sul-coreano a conquistar a “Premier League”.

Depois de derrotar o Barcelona, de Leonel Messi e Companhia, o Manchester United chegou a final da “Liga dos Campeões da UEFA 2008-08”. Nesse jogo, Park foi escolhido como o melhor em campo, depois de uma exibição de gala.

A final contra o Chelsea aconteceu no dia 29 de abril de 2008, mas Park não foi relacionado pelo técnico Alex Ferguson, que afirmou posteriormente ter sido essa uma das decisões mais difíceis que teve de fazer ao longo de sua carreira como treinador.

O Manchester foi campeão, em jogo disputado no Estádio Luzhniki, em Moscou, e decidido nas penalidades máximas, depois de empate em 1 X 1 nos 90 minutos. Dessa maneira, Park se tornou o primeiro jogador sul-coreano a vencer essa competição.

Em 2010 o United perdeu a “Liga dos Campeões da Europa” para o Bayern Munique, e a “Premier League” para o Chelsea. Em 14 de setembro de 2009, Park assinou uma extensão de contrato de três anos com o United, para permanecer no clube até 2012.

Depois de ter participado da Copa do mundo da África, pela Seleção de seu país, Park foi deixado de fora de alguns jogos do Manchester no Campeonato Inglês, por decisão técnica. Depois foi ficou fora do clube para jogar a Copa da Ásia de 2011, sua última competição internacional pela Coréia do Sul, retornando ao Manchester em fevereiro.

De retorno ao seu clube, Park foi peça fundamental na conquista do título da “Premier League”. E depois, teve atuações decisivas nos jogos válidos pelas quartas de finais da “Liga dos Campeões da UEFA” de 2010-11, contra a equipe do Chelsea, levando o Manchester a uma nova final, dessa vez contra o poderoso Barcelona de Lionel Messi, Andrés Iniesta, Xavi Hernández e companhia.

Esteve em campo durante os 90 minutos daquela final no Estádio de Wembley, mas nada pode fazer para evitar a derrota de sua equipe por 3 X 1, que terminou como vice-campeão da competição.

Na temporada 2012-2013, depois de sete anos, deixou o Manchester, se transferindo para o  Queens Park Rangers,  onde teve como companheiros de equipe os brasileiros Júlio César e Fábio Silva, que estavam emprestados. Ficou apenas uma temporada por lá, visto que o time foi rebaixado para a “Football League Championship”, a Segunda Divisão do Campeonato Inglês.

Na temporada 2013-2014 estava de volta ao PSV, levado pelo seu ex-companheiro de equipe no próprio time holandês, Philip Cocu. Mas o sul-coreano não conseguiu repetir o mesmo sucesso de sua passagem anterior pelo clube. Jogou somente 25 partidas e marcou 2 gols.

No dia 3 de Maio do ano passado, Park jogou sua última partida como atleta profissional, uma vitória do PSV por 2 X 0 em cima do NAC Breda pela “Eredivisie”. Dias depois, ele anunciou a aposentadoria, aos 33 anos de idade, em entrevista acontecida no Centro de Futebol JS, que leva suas iniciais e está instalado em Suwon, cidade onde cresceu.

Pela Seleção da Coreia do Sul, Park participou das Copas do Mundo de 2002, 2006 2010, sendo destaque do seu país em todas as participações. Escreveu seu nome na seleta lista de jogadores que marcaram gols em 3 Copas diferentes, ao lado de Ronaldo, Klose e Pelé.

Nos 3 jogos das Copas do Mundo em que marcou gols, sua seleção nunca perdeu. Esses jogos foram: Coréia do Sul 1 X 0 Portugal, em 2002; França 1 X 1 Coréia do Sul, em 2006 e Coréia do Sul 2 X 0 Grécia, na Copa de 2010. Foi capitão da sua seleção nas Copas de 2006 e 2010.

Em 31 de janeiro de 2011, aos 29 anos, Park já havia anunciado que não mais jogaria pela Seleção sul-coreana. Isso, depois de um terceiro lugar de seu país na “Copa da Ásia”, quando perdeu a semifinal para o Japão, que se sagrou campeão. Na ocasião disse que era hora de dar chances aos novos talentos.

Foi eleito “Man of the Match” no jogo França 1 X 1 Coréia do Sul, pela fase de grupos da Copa 2006. Vale lembrar que o time francês contou na ocasião com a presença em campo do jogador Zinedine Zidane no auge de sua carreira, e que seria depois eleito pela FIFA o melhor jogador da competição.

Embora tenha conquistado grandes títulos em sua vitoriosa carreira, nunca conseguiu ser campeão de nada pela Seleção Sul-Coreana. A campanha de maior relevância para ele na Seleção foi chegar as semifinais da Copa do Mundo de 2002, que foi sediada em sua própria casa, na Coréia do Sul e no Japão. A seleção de Park foi eliminada para seleção da Alemanha pelo placar de 1 X 0. (Pesquisa: Nilo Dias)

Park, quando jogava pelo Manchester United, da Inglaterra. (Foto: Divulgação)