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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Casari: o bom gigante

Giuseppe Casari foi um famoso goleiro italiano que chegou a defender a Seleção Nacional. Era conhecido pelo seu físico imponente, o que lhe valeu o apelido de “O bom gigante”. E também pela liderança e comportamento correto ao longo da carreira, o que lhe rendeu o apelido de "Il Gigante buono" (o bom gigante).

Nasceu no dia 22 de abril de 1922 Martinengo , pequeno município de Bergamo. Deu início a sua carreira em 1938 após uma apresentação em Lecco.

Atuou profissionalmente pela primeira vez em 1944, Casari estreou pelo seu clube local Atalanta em 1945, no “Torneio de Guerra” promovido pela Federação Italiana, para manter os jogadores em forma, enquanto os conflitos mundiais continuassem. O jogo de estréia de Casari no gol da Atalante foi um empate sem gols diante do Bréscia.

Com o fim da guerra Casari pode disputar o campeonato italiano da Série A, onde teve boa participação. Ao todo disputou 251 partidas coma camisa do Atalante, no principal campeonato da Itália.

Casari é lembrado até hoje pelo pioneirismo nas saídas de gol, sempre gritando o hoje tradicional “é minha”. Suas críticas a árbitros e treinadores após os jogos, também não são esquecidas.

Três anos depois de sua estreia pela Aralante, foi chamado pelo lendário técnico Vittorio Pozzo  para as Olimpíadas de Londres de 1948. Mas o indiscutível era Valério Bacigalupo, que morreu no ano seguinte na terrível “Tragédia de Superga!.

No verão de 1950, saiu da Atalanta para assumir a camisa 1 do Napoli, que havia acabado de conquistar a Serie B. E foi convocado para a Copa do Mundo no Brasil pelo técnico Ferrucio Novo. Em terras brasileiras, viu do banco de reservas a eliminação de sua seleção ainda na fase de grupos.

A “Squadra Azzurra” vinha desfalcada pela já citada “Tragédia de Superga”, na qual foram vítimas boa parte do elenco do Torino, base da Seleção Italiana. A vitória por 2 X 0 diante do Paraguai na segunda rodada não foi o suficiente para a classificação a fase final, já que a Itália havia perdido na estréia por 3 X 2 para a Suécia.

Após o Mundial, passou três temporadas na mais tradicional equipe napolitana. Em 1953 perdeu espaço para o recém contratado Ottavio Bugatti, se transferindo na temporada
seguinte para o Calcio Padova, contribuindo com o acesso a elite italiana na temporada
1954-1955.

“Bepi”, como era chamado pelos torcedores, ainda disputou a Serie A do Campeonato Italiano em 1955-1956, quando se retirou dos gramados, com a idade de 34 anos, jogando pelo Padova. Jogou um total de 331 partidas por clubes e seis pela Seleção da Itália.

Casado com Giusy Cassera, teve três filhos e quatro netos. Além da qualidade em campo, “Bepi” também fez parte do folclore do futebol italiano. Durante uma audiência da Seleção Italiana com o então Papa Pio XII, todos os jogadores ajoelhavam-se e beijavam respeitosamente a mão do pontífice.

Ao chegar a vez de Casari, o vinicultor bergamasco de jeito simples, apertou a mão de Pio de maneira bruta para a ocasião, e exclamou em alto e bom som: “Prazer, Casari!”, garantindo as gargalhadas de seus companheiros de equipe.

Reverenciado pela torcida da Atalanta mesmo após o final de sua carreira, acompanhava como possível o time “nerazzurri”. Em 12 de novembro de 2013, aos 91 anos, em Seriate, Itália, Giuseppe Casari deixou de ser ídolo, para se tornar mais uma lenda nos livros de história do futebol mundial. (Pesquisa: Nilo Dias)

Giuseppe Casari. (Foto: Divulgação)

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