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terça-feira, 25 de outubro de 2016

A morte do capitão do tri

Faleceu na manhã desta terça-feira (25), o ex-atleta e comentarista esportivo da TV Globo, Carlos Alberto Torres, vitimado por um ataque cardíaco fulminante. Ele chegou a ser levado para o Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas já havia entrado em óbito.

Era conhecido como o “capitão do tri”, por ter levantado a “Taça Jules Rimet”, conquistada em definitivo pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo do México, realizada em 1970.

Carlos Alberto era carioca, nascido na Vila da Penha a 17 de julho de 1944. De longa carreira, foi um dos símbolos do clássico futebol brasileiro. Muitos cronistas dizem que foi um dos maiores laterais-direitos de todos os tempos.

Tinha habilidade, respeito dos companheiros e, como uma de suas características principais, uma forte personalidade, elegância e técnica em campo. Tanto é verdade que a crônica esportiva, na sua grande maioria, o considerava o maior jogador que usou a braçadeira de capitão da Seleção Brasileira. Todas suas qualidades puderam ser confirmadas na única Copa que disputou, a do México, em 1970.

No duríssimo jogo contra a Inglaterra, Carlos Alberto abandonou a posição só para dar uma entrada forte no ponta inglês Francis Lee, que tinha chutado o rosto de Félix. Depois do lance, Lee sumiu do jogo.

Episódios como esse fizeram com que fosse chamado de o “grande capitão”. Carlos Alberto também foi o autor do último gol da campanha brasileira após maravilhoso passe de Pelé, fechando os 4 X 1 contra a Itália na final, para logo depois ter a honra de levantar a “Taça Jules Rimet” conquistada em definitivo.

Carlos Alberto Torres podia ter disputado também a Copa da Inglaterra, de 1966. Ele chegou a ser um dos 47 jogadores convocados pelo técnico Vicente Feola, para o período de treinamento em Serra Negra (SP). Mas deu tudo errado. Não foi confirmado entre os 22 jogadores que viajaram.

O craque vestiu às camisas do Fluminense, onde começou a carreira, tendo sido campeão Carioca de 1964. Logo depois, se transferiu para o Santos F.C., em 1965, trocado por Ismael, quando o clube paulista tinha Pelé e atravessava o seu apogeu, com conquistas como o bicampeonato da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes. 

Com a camisa alvinegra santista foi pentacampeão paulista em 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973, ano em que conquistou seu último título pelo time da Vila Belmiro.

Em 1971, jogou por empréstimo no Botafogo, do Rio de Janeiro. No clube carioca atuou em 22 jogos, nos 3 meses que por lá esteve. Em 1976 retornou ao Fluminense, que na época era chamado de “Máquina Tricolor”, tendo conquistado o bicampeonato carioca daquele ano e sendo semifinalista do campeonato brasileiro.

Jogou, ainda, no Flamengo (1977), California Surf e New York Cosmos (ao lado de Pelé), nos Estados Unidos, onde encerrou a carreira como jogador em 1982. Em março de 2004, Carlos Alberto foi nomeado por Pelé um dos 125 melhores jogadores vivos do mundo.

Como treinador foi Campeão Brasileiro pelo Flamengo. Em 1985, foi bicampeão pernambucano pelo Clube Náutico Capibaribe.

Foi escolhido ainda para integrar a seleção da América do Sul de todos os tempos na posição de zagueiro. A enquete foi realizada com cronistas esportivos de todo o mundo. A FIFA o considera um dos maiores laterais direitos de todos os tempos.

Na política, Carlos Alberto era filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi vereador de 1989 a 1993, ocupando a vice-presidência e a primeira secretaria da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Em 2008 tentou uma vaga para vice-prefeito da capital fluminense, na chapa de Paulo Ramos, não se elegendo.

Entre novembro e dezembro de 2014 ocupou o cargo de Ministro do Esporte do Botafogo, deixando a função alegando motivos particulares.

Carlos Alberto foi casado três vezes: com Sueli, mãe dos seus filhos Andréa e Alexandre Torres, também jogador profissional, com passagens por Fluminense, Vasco e Nagoya Grampus (Japão), com a atriz Terezinha Sodré e com Graça, sua ultima esposa.

Carlos Alberto Torres fez sua última aparição no SporTV, onde era comentarista, apenas dois dias antes de sua morte, quando participou do programa "Troca de Passes", no último domingo.

Ricardo Rocha, ex-zagueiro e amigo próximo do “Capita”, como era chamado por seus amigos, e o comentarista Luiz Ademar, também do SporTV, relataram que Carlos Alberto tinha boa saúde, a despeito da idad.

Títulos. Fluminense: Campeão Carioca (1964, 1975 e 1976); Taça Guanabara (1966 e 1975); Torneio de Paris (1976); Torneio Viña del Mar – Chile (1976). Pelo Santos: Recopa Sul-Americana (1968); Campeonato Brasileiro (1965 e 1968); Campeonato Paulista (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973); Torneio Rio-São Paulo (1966). Pelo New York Cosmos: NASL Exterior Championships (1977, 1978, 1980 e 1982); Eastern Division - National Conference (1978, 1979, 1980 e 1982); Trans-Atlantic Cup Championships (1980). Seleção Brasileira: Copa do Mundo FIFA (1970) e Jogos Pan-Americanos - Medalha de Ouro (1963).

Como treinador. Flamengo: Campeão Brasileiro (1983); Fluminense: Campeonato Carioca (1984); Nautico, do Recife: Campeão pernambucano (1985); Botafogo: Copa Conmebol (1993) (Pesquisa: Nilo Dias)