Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O craque que se tornou escritor e poeta

Gilson Lustosa de Lira foi um dos mais destacados jogadores que atuaram no futebol mato-grossense, embora tenha nascido em Natal (RN), no dia 7 de março de 1948. Criado no Rio de Janeiro é filho de João Bezerra de Lira e Maria José Lustosa de Lira.

Começou a carreira no amador em Cachoeira de Macacu (RJ), cidade para onde seus pais vieram quando Gilson tinha dois anos de idade saídos de Natal (RN), e lá, foi onde comecei a jogar.

Defendeu o Cachoeirense, 11 Unidos, Ipê e Independente. Depois foi para Bom Jardim e Nova Friburgo. Na época foi observado pelo goleiro Castilho e pelo zagueiro Pinheiro, que eram ídolos do Fluminense, e o levaram aos 13 anos de idade para as divisões de base do clube.

Naquela época não havia juniores, era só o juvenil, depois aspirantes e finalmente o profissional. Gilson, depois do Fluminense, passou pelo Friburgo (hoje Friburguense) e Bangu.

Num jogo do Friburguense em que estava presente o jornalista Mário Filho, que dá nome ao estádio do Maracanã e Euzébio Gonçalves de Andrade e Silva, que foi presidente do Bangu de 1963 a 1968, Gilson marcou três gols.

Depois do jogo ele foi para o Bangu, onde jogou no juvenil, aspirantes e nos profissionais, em dois jogos do campeonato de 1966, quando o Bangu foi campeão.

Gilson considerou um prêmio ter jogado, nem que fosse poucos minutos, num timaço como era aquele do Bangu. Sua primeira partida como profissional aconteceu no ano de 1967, jogando pelo Bangu, num amistoso na cidade de Petrópolis, com vitória por 2 X 0.

Como um cigano do futebol andou pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), onde foi campeão pernambucano em 1969. Em 1970, fui para o ABC (RN), onde se sagrou campeão estadual e da “Taça Cidade de Natal”.

Em 1971 jogou no Galícia (BA), que era o time dos espanhóis; depois em 1972 voltou ao Rio de Janeiro.

Chegou ao Mato Grosso em 1973, onde disputou seu primeiro campeonato profissional estadual de futebol. Foi pelo Operário, de Várzea Grande. Havia recebido dois convites, um do Itabuna, da Bahia e outro do Operário, optando pelo clube mato-grossense.

Na época, o treinador Nivaldo Santana, que foi seu técnico no Friburguense, teria convencido a diretoria do Operário que se contratasse Gilson Lira, seria campeão, o que realmente aconteceu.

No Operário Gilson teve um desentendimento com Rubens do Santos, que era diretor do clube, por isso acabou indo emprestado para o União, de Rondonópolis, onde marcou 23 gols em 1975, marca essa que ainda não foi quebrada.

E esses gols garantiram o título ao União. Mas acabou ficando com o vice, graças a uma decisão no “Tapetão” que beneficiou o Comercial, de Campo Grande.

Teve ainda passagens pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), Galícia (BA), ABC (RN), Grêmio Anapolina (GO), Operário (MT), Comercial (MS) e União (MT).

Gilson foi artilheiro por todos os clubes que jogou. E colecionou títulos, em torno de 15 ao todo. Depois que deixou os gramados, teve uma experiência como treinador no União Esporte Clube e Vila Aurora.

Encerrou a carreira em 1980 no União E. C. de Rondonópolis. O último jogo da carreira foi pela Taça de Prata, contra o Villa Nova de Nova Lima (MG), em que seu clube ganhou por 1 X 0 com um gol seu, de cabeça, aos 44’30 do segundo tempo.

Foi o gol de número 684 de sua carreira. Neste torneio, o União fez sete partidas, com uma vitória, três empates e três derrotas.
No Mato Grosso conquistou 13 títulos, sendo sete pelo Operário, Campeão Estadual de 1973, Bi-campeão da Copa Cuiabá em 1973 e 1974, Campeão do Centro-Oeste de 1974, Campeão dos Torneios Ranulpho Paes de Barros, Semana da Pátria e Agripino Bonilha nos anos 1973 e 1974.

E três títulos no Comercial, Campeão do Torneio Incentivo de 1977, Torneio Marcelo Miranda também em 1977 e Taça Campo Grande de 1978; e três títulos no União, Campeão Invicto do Torneio Incentivo de 1975, 1976 e 1979. Marcou em Mato Grosso 285 gols, sendo 199 pelo União (é o maior artilheiro de sua história), 41 pelo Operário e 45 pelo Comercial.

Foi artilheiro do Campeonato Matogrossense em 1973, 1975 e 1976. Recordista de gols com 23 marcados numa única temporada e até hoje não ultrapassado. Bi-artilheiro no Torneio Incentivo em 1976 e 1979. Pelo ABC de Natal foi campeão estadual em 1970 e 1971.

Fora dos gramados construiu uma carreira bem diferente, tendo trabalhado como porteiro de uma escola. Depois conseguiu uma vaga de professor e chegou ao cargo de diretor. Trabalhou por 27 anos em escolas públicas. Foram 11 anos como diretor e 16 anos como professor.

Por influência de amigos, em 1992 teve uma incursão no mundo da política, tendo sido candidato a vereador, mas não conseguiu se eleger. Hoje longe de todas essas atividades se dedica apenas a escrever livros. Mora em Rondonópolis há mais de 30 anos.

Gilson Lira também trabalhou na Radio Juventude, de Rondonópolis, primeiro como comentarista esportivo e depois como narrador. Era chamado de “Comentarista Artilheiro”. Atuou também na Rádio Clube, Tropical FM e foi apresentador de um programa esportivo na TV Gazeta. E foi redator esportivo do jornal “A Tribuna”.

Atualmente é professor aposentado no Estado e escritor com 23 livros lançados nas escolas e 130 em seu site pessoal, o www.gilsonlirapoesias.com.br, que incentiva a leitura doando livros (E-books) para os estudantes.

A queda para a poesia veio desde os tempos escolares. Quando cursava o antigo segundo ano ginasial, no Rio de Janeiro, toda vez que a professora pedia uma redação, Gilson a fazia em versos.

Em 1979 ele lançou seu primeiro livro, que foi uma participação literária.

Gilson Lira tem formação acadêmica em Licenciatura de curta duração Estudos Sociais e Licenciatura plena em História e Filosofia, além de uma pós graduação em História pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Gilson é casado com Martha Eliane do Nascimento Lira, com quem tem três filhos: Bárbara, Diego e Ígor. (Pesquisa: Nilo Dias)