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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Estádio Serra do Lago


Logo que cheguei em Sobradinho (DF), onde estou até hoje, morei em uma casa nas proximidades do Estádio Augustinho Lima. E criei o hábito de assistir todos os jogos do Sobradinho Esporte Clube. E fiz amizade com o presidente do clube na época, Manoel Espiridião, o “Manoelzinho”, um ex-jogador de futebol, que entre outros cubes, andou pelo América, do Rio de Janeiro.

E fui convidado a fazer parte da Diretoria, embora nunca tenha sido feita uma reunião. O Manoelzinho reinava absoluto, não ouvia opinião de ninguém. O que fazia com que cargo de Diretoria e nada fosse a mesma coisa.

Mas aproveitei o meu cargo decorativo para acompanhar o clube em seus jogos pelas cidades satélites do Distrito Federal. Viajava sempre no ônibus da delegação. E conheci muitas dessas cidades e até algumas de outros Estados, visto que o “Candangão” conta com agremiações de Goiás e até de Minas Gerais.

E em duas dessas andanças estive em Luziânia, Goiás, terra do ex-governador Joaquim Roriz. E parece que quase tudo por lá gira em torno dessa família de políticos. Joaquim foi eleito vereador e prefeito na cidade. Zequinha Roriz, seu parente, também foi prefeito por duas vezes.

E foi ele que construiu e inaugurou o “Estádio Serra do Lago”, cujo nome oficial é “Zequinha Roriz”. Tem capacidade para receber até 21.564 torcedores, 13.212, nas arquibancadas e 8.352, na geral. A “Tribuna de Honra” tem capacidade para 377 cadeiras e é totalmente coberta. É o maior estádio do Entorno do Distrito Federal e um dos melhores do Estado de Goiás.

O que impressiona é o formato das arquibancadas, que possuem 50 degraus de 80 centímetros cada. Subir aquilo, que parece um tobogã, não é tarefa fácil, ainda mais para idosos que nem eu. Mas a verdade é que lá de cima se tem uma visão magnífica do gramado.

Essas arquibancadas foram construídas através do nivelamento feitos na própria "serrinha", o que proporcionou um desnível das cabines de transmissão de rádio e televisão até o gramado.

O apelido “Serra do Lago” foi escolhido em concurso público promovido pela Secretaria de Desporto e Turismo. Cerca de 700 pessoas votaram, sendo que 170 optaram por “Serra do Lago”. Ainda teve gente que sugeriu “Gigante da Serrinha”, “Serra do Ouro” e “Rorizão”. A moradora Cilene Augusta de Souza ganhou o prêmio de CR$ 500.000,00.

O estádio conta com oito vestiários, dois para clubes visitantes e dois para agremiações locais, um para árbitros, um para gandulas, um para o Departamento Médico e um para almoxarifado e rouparia, todos com estacionamento privativo.

Foi a Polígono Engenharia e Construções Ltda a empresa que construiu o estádio. Cerca de 200 homens trabalharam durante oito meses na obra, que consumiu 33 mil sacos de cimento e 200 toneladas de ferro.

O estádio tem amplo espaço para os blocos das bilheterias, sanitários, lanchonetes, cabines de rádio e televisão e estacionamento para 1.300 veículos.

A primeira vez que estive no “Serra do Lago” estava acompanhado do saudoso amigo “Marrom”, uma espécie de torcedor símbolo do Sobradinho, que era “pandeirista” de primeira.

Chegamos bem antes do jogo e aproveitamos para dar uma volta nas proximidades do estádio. E encontramos um bar onde aproveitamos para derrubar umas loiras geladas, pois estava calor e ninguém é de ferro.

O jogo de inauguração do estádio foi entre Luziânia X Botafogo, do Rio de Janeiro, disputado dia 13 de dezembro de 1992, assistido por um grande público, calculado em 10 mil pessoas, inclusive com torcedores vindos de cidades vizinhas.

Foi uma grande festa, que teve até desfile das equipes mirins (escolinhas), descidas de paraquedistas de Brasília, discursos, chuva forte e muitas homenagens.

O Luziânia surpreendeu e venceu o jogo por 1 X 0, com gol marcado por Rogerinho, aos 36 minutos da primeira etapa, o primeiro na história do “Serra do Lago”.

O árbitro do jogo foi Dario Souza Campos, auxiliado por Antônio Vidal e Filomeno Dourado. A renda somou Cr$ 135.113.000,00 e o público pagante foi de 6.755 pessoas.

Foram expulsos de campo os jogadores Nélson, Vivinho e Marcão, todos do Botafogo.

Luziânia: William Stain - Marcelo Roriz – Gilmar - Eduardo Gaúcho e Marquinhos. Luciano - Carlos Alberto e Zé Carlos. Zé Vieira (Ed Carlos) - Marcelo Cruz e Rogerinho (João Cortes). Técnico: Sidney Nascimento.

Botafogo: Zé Carlos – Marcão – André - Rogério Pinheiro e André Duarte. Pingo - Djair e Macalé. Vivinho - Bob (Marcelo Carioca) e Nélson. Técnico: Joel Martins.

A inauguração dos refletores aconteceu em 15 de junho de 1993, no jogo Luziânia X Goiás, válido pelo Campeonato Goiano, que terminou empatado em 0 X 0.

A Associação Atlética Luziânia foi fundada no dia 20 de janeiro de 1995, com a finalidade de participar do Campeonato Brasiliense de Futebol Profissional, sendo campeã em 1914 e bi em 2016. O símbolo do clube é a igreja do Rosário. (Pesquisa: Nilo Dias)

O "Serra do Lago" é um bonito estádio. (Foto: Divulgação)